Poeta de Gaveta

O tempo das ondas do mar

Li, vi, e antes que percebemos as palavras são um sorriso

Um de tantos sorrisos, de quantas palavras

Em muitos sentidos onduladas e movidos

Por uma vontade de viver, viver de vontade

Ser…

 

Luigi Calil Stefani

Tempo que passa tão depressa

Um tempo que não volta nunca mais

Aio se eu pudesse volta no tempo

Viveria aquele momento como se fosse hoje

 

Marcela Victória Rodrigues L. Simioni

Os versos e vontades não saem da minha mente

E a caneta rabisca em forma de prosa, poema, rock, repente

De forma lírica então vou escrevendo

Sobre ódio, amor, dias bons e horrendos.

 

Gabriel de Barros Mattos Figueiredo

Doce Piano

Meu doce piano

Como gosto de ti

Tornas meu dia tão belo

Que me faz nunca querer partir

 

Gabriela Henrique Camelo

Me encontro num mundo errante

Cercado de agonia

Prefiro o caos eternamente

Com o brilho da poesia,

Em seus olhos a semente

Que germina a essência do meu dia.

 

João Pedro Lellis Guerra

Nesse capitalismo, a coita não mais existe

Olho pela janela e vejo chuva

Não mais cena de amor

Com ou sem enjambement não mais me vê,

                                                                 Já passei.

 

Mateus Astun Cirino

Vivo a perseguir o ideal

‘inda que pra isso

Diga não a uns deleites

Ao mundo que foi dito avisem: “estou indo!”

Ivan Ribeiro Barreto da Costa

O papel em branco é agora

O maior desafio

Precisa ser preenchido com palavras

Mas elas não vêm

As ideias não se organizam

Quando criança era mais natural

Tudo é mais natural na infância

 

Hoje, sou antinatural

 

Laura Adami Nogueira

Saudade

A saudade é um rio

Nunca pára de passar

Filetes de lembrança escorrem inocentes

 e inundam

Devagarinho

Os pés, o pescoço do pescador

A contemplar, à margem,

A sucessão das águas:

O peixe já está no mar!

 

A saudade é um cio

Um vil cio

À espera da piracema

A saudade nunca pára de voltar…

 Paul Degas

 

 

 

Por que você foi presa?

Na alimentar cadeia poética

Você foi presa

Ostentou

Fingiu fugir

Mas foi presa

Serviu de abate

A olhos famintos implacáveis

Nem tentou sobreviver

Às presas predadoras

Presa prisioneira

Incomunicável dentro de si

Fugindo célere

De um falso comedor:

O leão era borboleta

E não queria carne

Queria flor.

Paul Degas