(LUIZ CLÁUDIO JUBILATO – 02/10/2013)
Cada pessoa tem seu guarda roupa
peças quanto caras combinadas, arrumadas para usar
A cada manhã abre a gaveta, agarra uma, vê seu oposto no espelho
nem pensa, automaticamente veste ambas e sai, vê, crê: é possível
nesse dia mudará a si, tudo. Mudará o mundo
daqui a cinco minutos, perdendo pele, mascando chiclete, cuspindo na rua
nada, nada, nada mesmo está igual
suada, come o fast food, toma banho, abre o guarda roupa
enfia a mão na gaveta
agora, com forças recobradas insiste em recomeçar
A cada noite chega joga o mundo agora velho no sexto de roupas sujas
o jantar, requentar o fast food da manhã, nada, nada realmente é igual
abre o guarda roupa retira a última cara com a roupa do dia
sexo cumprido, dever cumprido, tarefas cumpridas, de manhã recomeçar
pra viver o amanhã como hoje, o hoje como o ontem, o ontem como o anteontem
assim foi, assim é, assim será… como sempre está sendo.