Poeta de Gaveta

PAI

(Luiz Cláudio Jubilato)
Num belo dia de sol, minha mulher me deu um menininho de presente que carregava os traços dela e os meus também.
Não andava nem falava, mas mandava na vida dela e na minha também. Meu mundo girava em torno dele e do dela também.
Um dia disse “eu te amo”. Ela, descrente, recuperou sua fé. E eu que estava de joelhos, me fiz mais homem, me pus de pé.
Aí veio uma menininha, que sorria o tempo todo para mim.
Seu sorriso e cabelinhos encaracolados viraram parte de mim.
Cada tropeço doeu muito nela, mas doeu muito mais em mim.
Um beijinho dela faziam todas as vozes cantarem por mim.
Juntos eles são a nossa força e também a nossa fraqueza.
Juntos eles são nossas limitações e também a nossa destreza.
Nós os parimos para serem cidadãos desse mundo tão duro.
Terão nossa força, farão sua caminhada, construirão seu futuro.
Fazem xixi e cocô na nossa roupa e, mesmo assim, nós os amamos. Eles mandam na nossa casa, sujam nossa cama e, mesmo assim, os adoramos.
Pais, vivemos o orgulho de sentir nossos filhos com nossos traços, nos aconchegaremos nos seus deliciosos abraços
Levarão nas suas atitudes a educação que a nossa casa lhes dá,
Carregarão pela vida inteira o nosso DNA.