Compenetro no obtuso mundo das palavras para louvar a língua.
Sem chave, vago e entretenho-me na poesia vaga.
Com várias vagas, o poema me abstrai.
Distraído, inquieto, mudo
Grito em silêncio os vapores vastos do charuto que não fumo.
Amoroso vassalo das palavras,
Conduzo meu cavalo de cetim por mares de certames.
A língua lambe meu silêncio, e grito insone:
A vida não é pequena!
Levo meu lema:
Navegar é preciso, Criar é imprescindível !
Entretemos vagas e palavras vãs…
Entrem, a chave está na ponta da língua.
Paul Degas / junho de 2017