Olho teus olhos. Remo no raso. Me atiro, sem escafandro, até o rumo
Me olham Me seguem Me olham Me amam Me olham Me desprezam Me olham
Me olham Me vasculham Olham Olham até não mais mirar meus contornos
Calor
Me olham me engolindo
Me olham me despindo
Me olham me comendo
Me olham me sentindo
Me alham me amando
Me olham se entregando
Cólera
Teus olhos não me dão colo
Me cortam Me rasgam Me buscam Me amam Me detestam
Olham Não me veem Olham Nada creem Olham só Somente
Noite
Teus olhos me vasculham Me desnudam Me mapeiam
Me seguem nas vielas Me querem não querem
Sangue
Vultos vislumbrados arrastados pelo glaucoma
Meio dia a dia
texturas de Castanhas
Amêndoas Nozes Avelãs
A tarde tarde
toques de Morangos
Cerejas Uvas Maçãs
Sem luz
Perdidos divagantes viajantes
Noiva Neve Névoa Neblina
Por mim
Paixão Com paixão compaixão
Amor com amor desamor
Pudor sem pudor despudor
(Luiz Cláudio Jubilato – 29/07/15)