(LUIZ CLÁUDIO JUBILATO – Homenagem a Manoel de Barros)
Homens não fazem do barro arte?
Barros torna o homem pura poesia.
Do Barro vens, ao Barro voltará
O quanto de Barros precisamos para forjar um homem, forjar o fantástico, para brincar com o real, para reinventar a língua? Chamar uma poesia de homem?
O quanto de um homem precisamos forjar para torná-lo xifópago de poesia?
Manoel de Barros morreu? Brincadeira!
Manoel brincou com os Barros de seu nome
Como se a literatura já não fosse sinônimo de si, sua arte
Manoel corpo deixou de existir, agora ele virou corpo de poesia.
Agora virou eterno, em letras, páginas.
Letras e páginas nunca são caixões: são faróis para sublimar a vida.
Nem quando se fecha a capa do livro.
Num país tão pobre de pele, Manoel saiu pelos, fugiu da superfície em direção ao céu, em direção ao seu.
Meus pêsames, brasil. Orfandade: sentimento poderoso, vil.