(LUIZ CLÁUDIO JUBILATO – 21/12/2013)
QUERO que meu texto tenha garras e arranhe como um animal
que arranque as máscaras e escancare o mal, seja visceral
QUERO que o meu texto não seja simplesmente compassivo
quero que seja permissivo, com discurso incisivo, decisivo
QUERO que o meu texto seja atemporal, não seja sentimental
que destrua as grades do tempo, rasgue as vestes das vestais como um vendaval
QUERO que meu texto seja meretriz, uma força motriz
quero que destrua preceitos, marque a cara dos imbecis como uma cicatriz
QUERO que meu texto quebre, machuque, que venha a estraçalhar
que faça com que os enganadores sejam punidos e não continuem a enganar
QUERO que meu texto cheire detestável como bosta
que faça com que o fedor vomite o que e quem o vê como aposta
QUERO que meu texto seja lido, mas jamais obrigue o leitor a dizer amém
que possa ser lido por os que não o leiam com desdém
Meu texto é feito de suor, mas também de revoltas
detestaria ler um texto que não me provocasse reviravoltas
para que serve um texto que não diga nada a ninguém
que viva de provocar rusgas nem retorça alguém