Poeta de Gaveta

NÃO SOU MÃE

(Por Luiz Cláudio Jubilato)
PARA MINHA MULHER, UMA SUPERMÃE
Não sou mãe, mas, se fosse, estenderia as asas para aquecer meus filhotes nas noites frias de fome e/ou de desespero.
Não posso ser mãe, mas, se pudesse, seria também boca, para beijar e acalentar meus filhos em cada vitória, em cada fracasso, em momentos de solidão, em instantes de deslumbramento.
Não imagino como é ser mãe, mas, se imaginasse, teria de imaginar-me geratriz de gerações, flor no pântano, socorro de gemidos desesperados, mesmo tendo vaticinado, sem sucesso, a possibilidade de dar errado.
Não seria capaz de ser mãe, mas, se fosse capaz, teria de carregar na barriga sorrindo de contentamento o DNA da promessa… promessa da perpetuação da família.
Nasci homem, por isso não sei o que é carregar na seiva que corre nas veias um amor incondicional à prova de tempestades, reveses, esquecimento, abandono e até desprezo.
Não sei o que é doar um pedaço de mim com fé no coração, sorriso nos lábios e certeza na mente.
Ser mãe é muito mais que educar, é mentir para salvar, é cantar para enxugar as lágrimas, é segurar a mão para resgatar a cria do abismo para aconchegá-la no colo, afagar seus cabelos, como se os braços fossem o ventre da natureza.
Qual mãe não é tudo isso e muito mais?
A TODAS AS MÃES, TODOS OS DIAS FELIZES NESSA VIDA QUE, APESAR DE TODOS OS PESARES, VALE A PENA VIVER.