O BRASIL FALIU

Por Prof. Luiz Cláudio Jubilato  – diretor do Criar Língua Portuguesa e Redação

Senhoras e senhores, 

A REVOLUÇÃO FRANCESA nasceu, dentre outras coisas, porque faltava pão à plebe, enquanto a corte de Luís XVI nadava no fausto. Os impostos escorchantes e o endividamento sustentavam esse fausto e também a máxima futilidade. Os corpos extenuados dos trabalhadores reclamavam, o povo saía às ruas, no entanto nada adiantava. A burguesia, traída por um rei que já não cumpria seus compromissos financeiros, só queria saber do lucro para si. Usar o povo como arma foi uma 'sacada' genial. Então, essa tal burguesia "financiou" a revolta "popular" para derrubar o rei fraco e corrupto e chegar ao poder.

No mesmo período, os impostos escorchantes e o endividamento sustentavam a falida corte portuguesa. O povo brasileiro estava à míngua faltava o pão para manter o luxo da corte também especialista em roubar ouro dos ricos 'donos' das minas de Minas. Os "ricos"' pensaram em usar o povo como arma, desistiram de tentar. A Inconfidência Mineira que, na prática, jamais existiu, só revelou a insatisfação desses "ricos" que só queriam saber de si. O problema é que, ao contrário da França, Os corpos extenuados eram constituídos, na sua maioria, por escravos. Os "ricos" se acovardaram e, com medo, tentaram se esconder. 

Quando ricos e pobres saíram às ruas do Brasil em 2013 para berrar contra a corrupção e o fausto da "corte" de Brasília, que também vive às custas dos impostos escorchantes e do endividamento não fez mais que tomar o rumo da história que se repete como farsa. No entanto, devemos pensar: na França o rei caiu, contudo a burguesia instituiu a guilhotina e o povo literalmente perdeu a cabeça (não consegui resistir à piada infame) quando protestava. No Brasil os ricos pagaram" com o exílio. O único pobre também perdeu literalmente a cabeça. O povo, que não fora convidado para o banquete, com medo, não protestou.

A "nobreza", nos últimos anos, sofisticou-se. Apoiou a ditadura política, em seguida a de mercado e atualmente a "democratura" petralha. O 'governo', encastelado na 'corte' de Brasília, adoçou a boca dos ricos, que ameaçaram cobrar a conta. Bancos e empreiteiras tiveram os maiores lucros da história, apesar do discurso antiburguês do rei Lula. De mentirinha, os burgueses viram oposição e ameaçam financiar a revolta popular quando o tamanho do lucro não lhes convém.

Os 'nobres' já instituíram uma guilhotina sem o povo perceber, cortando cabeças revoltosas, usando, como lâmina, a alienação. Encheram a barriga do povo com o tão sonhado pão, dentro de "bolsas" de alimentação. A oposição deixa de contestar quando ganha cargos onde possa roubar. CADÊ A REVOLUÇÃO?

Dilma será eleita no próximo pleito. A burguesia aprendeu a fazer "oposição" de mentrinha desde que roube o "ouro" de alguma mina e, consequentemente, de nós, os otários nos ameaçando com o leão ou a prisão.

 sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

DICAS PARA ENFRENTAR A FUVEST SEM MEDO

(Prof.: Luiz Cláudio Jubilato – 2\1\2014)

1. ENGANAM-SE os vestibulandos crentes que a banca examinadora da FUVEST privilegia o vocabulário complexo difícil e cheio de expressões rocambolescas, distantes da realidade do aluno. Use o seu próprio vocabulário, sem gírias ou palavrões, porém podem ser usados desde que ligados estritamente ao tema.

2. POSICIONAMENTO: a banca examinadora não policia as posições assumidas pelo candidato, jamais avaliará se ele é “politicamente correto”. O candidato deve “pensar com a própria cabeça”.

4. ARGUMENTAR: a banca examinadora avalia se o aluno sabe usar argumentos (ideias) dentro de um projeto de texto “bem definido”. Usar dados, exemplos, fatos, opiniões dentro desse projeto é crucial para lhes dar maior credibilidade.

5. CITAÇÕES: são bem vindas, desde que sirvam de argumento para comprovar uma ideia. A citação de provérbios ou frases de autores famosos vira uma inutilidade quando apenas quer demonstrar que o candidato é erudito.

6. ANALOGIAS: quando o candidato estabelece relações de ideias revela maturidade para a vida, para as outras disciplinas e para o crescimento como cidadão.

7. OBRAS LITERÁRIAS: é possível utilizar personagens, enredos e clímax desde que estejam estritamente ligadas ao projeto de texto.

8. IMPORTANTE: seguir à risca as instruções.

SE VOCÊ É FUTURO VESTIBULANDO E QUER SABER MAIS PARA PASSAR EM QUALQUER VESTIBULAR, VENHA ESTUDAR NO CRIAR.

 quinta-feira, 02 de janeiro de 2014

Enem e o Ensino no Brasil

Por Thiago Carbonel. Professor do Criar Língua Portuguesa e Redação

O Enem é, de fato, o grande elefante branco dos nefelibatas da democratização do ensino. Imaginar um sistema de avaliação pautado em competências e não em conteúdo é lindo, mas fica apenas no projeto, "no papel", pois a prova já há muito tempo vem se fuvestizando e não consigo imaginar a remota possibilidade de alunos da rede pública que têm aula com professores eventuais (aqueles ainda não formados, ou, se formados, não concursados) competirem com os preparados em boas escolas particulares (e enfatizo o "boas", pois há muita picaretagem no ensino particular também).

Mas isso ainda é pouco se formos pensar que vivemos em um país com realidades distintas, com preocupações distintas – como elaborar uma prova que dialogue com os saberes de um aluno de São Paulo e, ao mesmo tempo, tenha a ver com a realidade de outro de Roraima? Quando nossos alunos fazem vestibulares pleiteando vagas em estados próximos, como Goiás, por exemplo, sentem uma certa "regionalização" da prova, exatamente porque é outra realidade, margeada por prioridades intrínsecas àquele estado. Mas tudo isso parece mero detalhe se pensarmos que o Enem é o maior "concurso" vertical (maior número de inscritos) do mundo! E toda essa mixórdia em um país de proporções geométricas, com problemas angulares e governado por bestas quadradas (não resisti a esse clichê).

As perguntas vão se acumulando: como garantir a impressão de mais de sete milhões de provas sem que nada vaze, sem que nenhum envolvido no processo, ainda que sem malícia, deixe escapar algo? Como distribuir tudo isso, sem que os mesmos problemas ocorram? Como garantir que, nos milhares de locais de aplicação, não ocorram favorecimentos? E depois vem, é lógico, a questão da correção: em um exame tradicional, como a Unesp, por exemplo, de 32 a 40 corretores são treinados e fazem a correções presencialmente, em regime de trabalho exclusivamente focado no trabalho, sob constante supervisão e debate dos critérios.

Já no Enem, são milhares de corretores, que trabalham em casa, treinados por diferentes supervisores Brasil afora. Não é preciso refletir muito para perceber que, dada a complexidade do sistema, em algum ponto "vai dar pau". Fico ponderando sobre essas questões e acho, cada vez mais, que o tiro saiu pela culatra e, é claro, os mais prejudicados foram aqueles do lado mais fraco. Quando eu comecei a lecionar, meus alunos que almejavam Medicina, por exemplo, dificilmente saíam de São Paulo; hoje, eles podem, pelo SISU, pleitear vagas em estados distantes fazendo uma única prova: ano passado, um deles resolveu ir pro Acre! (e relata que não é precário como imaginamos). Ora, ele seguramente ocupou o lugar de um aluno local, mas quando se formar creio que não ficará por lá e, assim, a região estará formando médicos que se concentrarão nas regiões mais desenvolvidas. Somando a isso outros detalhes que só alongariam esse comentário que já deve estar ficando chato de ler, é possível concluir que acima de todas os absurdos técnicos, o Enem tornou-se, talvez, um dos maiores instrumentos de Desdemocratização do ensino… como nunca antes na história desse país (não me contive de novo…).

 sábado, 21 de dezembro de 2013