SÉRIE: CRIANDO UNIVERSITÁRIOS (Prof.: LUIZ CLÁUDIO JUBILATO)
III
Depois de um bate-papo com os alunos de Franca, ocorreu o seguinte diálogo:
– ALUNA DESESPERADA: Professor, tenho muito problema com o tempo. Não dá tempo de fazer nada.
– EU: O que você chama de nada?
ALUNA IRRITADA: Uai, nada, professor! Não dá tempo de ir à aula, fazer exercícios, fazer redação, estudar química, física e matemática, é o que me mata no vestibular.
– EU: Você dorme? Você acorda?
– ALUNA PERDIDA: com cara de que não estou entendendo nada. Durmo à meia noite ou à 1h e acordo às 6h. E mesmo assim não dá tempo pra nada. Mas, por que o senhor está me perguntando isso?
– EU: Porque isso faz toda diferença. Na primeira e segunda aulas, como você está? Acordada ou sonolenta? Você presta atenção ao que o professor ensina ou fica “viajando na maionese?”
– ALUNA COM CARA DE AINDA NÃO ESTOU ENTENDENDO: Mas isso não tem nada a ver, eu não consigo é tempo para estudar em casa.
– EU: Nessas aulas nas quais você “viajou” somando-se àquelas que você não entendeu e àquelas nas quais você não foi, você não teve aproveitamento nenhum. Isso faz toda diferença. Elas é que comprometem o seu dia, o seu tempo. O que os vestibulandos precisam descobrir rápido: “não podem se tornar autodidatas”. Sozinhos, não aprendem nada.
– ALUNA COM CARA DE DISCO VOADOR: Como assim?
– EU: A gente estuda, “na escola”, assistindo às aulas. Em casa, a gente revisa o conteúdo, para fazer os exercícios. Ler a teoria uma, duas, dez vezes, não leva a nada. Essas aulas em que “você viajou na maionese” ou você desistirá delas ou terá de dobrar o tempo ou até triplicar, para aprender sozinha. Muitas vezes, não entenderá nada. Aí está o problema do tempo. Você perde muito tempo, porque virou autodidata.
– ALUNA COM SEMBLANTE DE QUEM DESCOBRIU A RODA: Mas, exercícios tomam muito tempo.
– EU: Você se sente desafiada por um exercício e fica a tarde inteira tentando resolvê-lo? Você terá, na prova, no máximo, dois minutos e meio para resolver um. Não é mais fácil anotar as dúvidas e perguntar ao professor?
– ALUNA COM CARA DE QUEM DESCOBRIU A RODA: Vou tentar mudar o meu jeito de estudar. Vou perder a vergonha e perguntar mais. Gostei quando o senhor disse: “Traga as dúvidas para mim, não as leve para casa. Elas se acumulam como uma pilha de lixo. Não servem para nada”. Obrigada.
– EU: Comecei a dar aulas para vestibulandos com 18 anos e hoje tenho 54. Experiência não me falta. Falta apenas uma coisa fundamental: o aluno se predispor a perguntar.
EU, SATISFEITÍSSIMO:
“Que essa MINHA NOVA ALUNA tenha “Muita sorte”. Mas, fazer a sorte, com muito trabalho, jogar sempre a seu favor. Você até pode perder a vaga para um concorrente mais qualificado. Nunca a perca para você mesma. Não seja a sua pior concorrente.
“Eu é que agradeço o bate papo”.
Série: Criando Universitários
Por Prof. Luiz Cláudio Jubilato
I
Começo minhas palestras com a frase de George R. R. MARTIN: “Se você tem medo de perder, já perdeu”.
Traduzindo para um VESTIBULANDO:
“Se você tem medo da concorrência, não vai passar”.
Nunca esqueça: “quantidade não tem nada a ver com qualidade”
ALGUMAS COISAS QUE ME INCOMODAM
(O BOCA DO INFERNO)
Como o Brasil tem um comitê para disputar esportes na neve. Até onde eu sei, estamos num país tropical, por conseguinte não neva? Ou neva e esqueceram de me avisar? Pior, criaram o samba da geografia doida e não me avisaram? Ou o negócio, mais provável, é lavar o dinheiro que sobrou da construção dos estádios?
Parece propaganda de creme dental. É emocionante: um monte de artistas sorridentes fazem um "L" com o polegar e o indicador. Querem nos estimular a doar dinheiro para a família de Laís Souza. Gostaria muito de saber se quem pede, também doa.
Acho justas as doações para Laís, principalmente se levarmos em conta onde foi parar uma campeã, como Luiza Parente, que abriu espaço para tanta gente. Foi sonoramente esquecida, quando minguaram os resultados e a idade chegou. Nossos grandes atletas, antes é depois de pararem de competir, precisam aprender a esmolar?
Absurdo dos absurdos, concebo como inimaginável um Comitê esportivo fazer um seguro que protege esportistas de alta performance apenas em treinos oficiais (pouquíssimos, diga-se de passagem), mas não os protege nos não oficiais, quando precisam se aperfeiçoar já que defenderão as cores desse "justíssimo" país, com o mínimo de dignidade, o caso de Laís.
A campanha deveria ser outra e a lanço agora: O GOVERNO FEDERAL TEM DE ASSUMIR, ENQUANTO ELA VIVER, O TRATAMENTO DE LAÍS. E, LÓGICO, PAGAR UM SALÁRIO DIGNO A ELA.