Ah! Vá tomar banho!
Rubia Alves – professora do Criar
Ah! Vá tomar banho! Um absurdo! Pessoas estão escovando os dentes após cada refeição, tomam banho diariamente, lavam roupas, calçadas, pratos, copos, talheres… Essa palhaçada deve ser punida. O desperdício deve ser, sim, cobrado. Multas e mais multas para quem lavar a calçada: calçadas não bebem água, muitas pessoas também não. Em tempos de seca, de estiagem anormal, o consumidor não pode se dar ao luxo de usar a água “indiscriminadamente”, mas como ninguém tem consciência até que pese no bolso, muitos municípios encontraram a solução para ensinar na marra que as pessoas devem economizar água, se não elas terão que pagar (literalmente) dobrado pelo desperdício.
Multa para quem desperdiçar o bem mais precioso do mundo. Contas altíssimas para quem demorar mais de cinco minutos no banho. É essa a ideia “politicamente correta” de sentimento de culpa que as empresas fornecedoras querem passar para a população, mas só com muita água (que não é o caso) é que daria para engolir essa história. O professor do Instituto de Química da UNICAMP fez um questionamento muito pertinente, que todas as pessoas deveriam se fazer: “Por que punir o consumidor pelo desperdício de água…?” Mas como a primeira resposta que vem a cabeça é aquela quase óbvia: “ Por que ele desperdiça muita água e é culpado pela falta dela”, a pergunta é complementada: “Por que punir o consumidor se o responsável pelo desperdício de 40% de água é a própria fornecedora de água e se a agricultura desperdiça 50% dos 70% que consome, enquanto o consumo doméstico da água doce não passa de 8%”?
Bem… aí sim, temos uma pergunta instigante. E o consumidor, que é multado pelo desperdício praticamente insignificante (se comparado com os verdadeiros vilões da falta de água) deveria responder que não é ele quem deve pagar essa conta e que é ridículo as empresas fornecedoras fazerem o consumidor pagar por um banho demorado após um dia cansativo de trabalho árduo para ser capaz de pagar contas e mais contas geradas por vazamentos nas adutoras, procedimentos operacionais, falta de modernização e má gestão das prestadoras de serviços. Então, para quem quer multar o desperdício de água doméstico só há uma coisa a se dizer: Vá tomar banho! Ps: mas não demore.
DIA 23 DE ABRIL – DIA DO LIVRO
PROCURA-SE QUEM DISSE QUE ESTE HOMEM MORREU. ELE SE CHAMA GABRIEL GARCIA MARQUES (vulgo GABO). É UM COLOMBIANO PERIGOSO. NASCEU EM ARACATACA, MAS OS VENTOS DA LITERATURA O LEVARAM A MACOMDO. LÁ VIVEU SEUS CEM ANOS DE SOLIDÃO.
CONSEGUE FAZER COM QUE “OS CEGOS CONSIGAM ENXERGAR”, “OS TOLOS A IMAGINAR”, “OS MEDROSOS A MERGULHAR”, “OS APÁTICOS A SE MOVIMENTAR”… HOMENS, COMO ELE, NÃO MORREM JAMAIS.
ELE CRIA UM VÍCIO TERRÍVEL, LEVA PESSOAS A IMAGINAR.
ALGUMAS PISTAS DA SUA “CRIMES” CONTRA OS QUE SE RECUSAM, MESMO COM OS PÉS NO CHÃO, A VOAR: Cem anos de solidão, O amor nos tempos do cólera, A crônica de uma morte anunciada, O outono do patriarca, A incrível história de Cândida Eréndira e sua avó desalmada, Ninguém escreve ao coronel, O general no seu labirinto, Memória de minhas putas tristes…
DE VERDADE
Prof: LUIZ CLÁUDIO JUBILATO – 20/4/2014)
A verdade é uma forma de enganarmos a nós mesmos e iludirmos outros tantos a respeito do que cremos piamente ser verdade.Não temos o direito de ter direitos onde ninguém tem direito, nem a usufruir, com jeitinho, do direito de outros.
Nossa indignação com a fome dos despossuídos dura até que a nossa seja saciada e termos certeza de que pode ser morta por uma colher cheia de comida, jamais por uma paulada cheia de ódio.
Todo ícone é uma descarnação. Sua carne viva serve para satisfazer a sanha cruel dos urubus que a comercializam; morta serve aos interesses dos urubus que a transformam em religião.
O amor arranca lascas na mente; não, no coração. Faca na língua do amante; ferida nos ouvidos do amado.
A fidelidade, para os humanos, é vil. Pressupõe a submissão incondicional a quem oferece um biscoitinho em troca de um afago ou de um pires de leite ou de um pouquinho de ração.