DEBATE OU DESRESPEITO?

(O BOCA DO INFERNO – DIA DA RESSACA)

Observe a fala de Levi Fidélis (o homem do trem bala), mais ou menos assim, durante o “debate” na BAND: “Sobrou a senhora Marina Silva para eu descer o pau. (arrependido da fala destrambelhada). No bom sentido, claro”. A da candidata LUCIANA Genro: “Estou triste Boechat, ninguém perguntou nada para mim”.
O DETAPA primou por um monte infindável de ataques entre os candidatos e esquecimentos propositais. Dilma e Aécio esgrimiram suas respostas com meias verdades o tempo todo e, de vez em quando, lembravam-se de Marina. A assessoria de Aécio talvez não tenha mostrado as pesquisas a ele. A melhor estratégia dele talvez fosse “descer o pau” na Marina que lhe roubou o segundo lugar nas pesquisas de intenção de votos.
Aécio esqueceu que, durante o governo Fernando Henrique. PSDB foi acusado pelo PT de ter um “mensalão” (lembram-se do Serjão Mota) para que o presidente permanecesse no poder. Veio a Reeleição. Até então, FHC sempre foi contra. Magoou Itamar Franco, mas não largou o osso. Em Minas e São Paulo, o PSDB, durante os governos Aécio (MG) e Geraldo (SP), não tiveram “mensalão”? Foi o Pinóquio que inventou isso. O de MG já não deu em nada.
Dilma, lógico, não vê crise. Também só anda de avião. Brasília é uma ilha sem supermercado. A culpa será creditada à falta de chuvas. Desmentiu descaradamente seu ministro da “economia?” e todos os dados do seu próprio governo. Então, é mentira que as usinas da região de Ribeirão Preto quebraram? É mentira que o país terá crescimento negativo? É mentira que a indústria automobilística vendeu 30% menos em julho deste ano que em julho do ano passado? Para que, então, pagar órgãos oficiais se eles “mentem? Que demita todos os funcionários, economizaremos tanta grana que sairemos da “crise que não existe”. Agora, como fazer para demitir o FMI e as agências de risco?
Um ex-aluno, no post acima, falou para mim sobre o velho conceito de direita e esquerda. (Leiam a minha resposta, se tiverem paciência). Alguém sabe me dizer quem é de direita e quem é de esquerda nessas plagas deste que o PMDB começou a mandar nesse país depois da queda da ditadura? Por que o PMDB nunca tem candidato a presidente? Será por que (santa ingenuidade) está no poder, seja qual for o poder?
Eduardo Campos morreu e todos os partidos tentaram tirar um “lasquinha” na morte do “grande líder?” Curiosamente, depois da morte dele, Marina, que não tinha chances de ser presidente, agora é a “queridinha” do eleitorado. Voto de “comoção?”. O Brasil é especialista nisso. Adora torcer pelo mais “fraco”. Como o PSB, partido “reduzidíssimo”irá governar, sem fazer uma “colisão” com os partidos que sempre discriminou? O partido é completamente rachado e todo mundo sabe que Marina nunca teve capacidade de uní-lo. Marina disse que governar com as “melhores pessoas” do PSDB, PT e PMDB. Quem mandava continuará mandando (estou sendo repetitivo, sei disso). O programa de governo é aquilo que ela mostrou ontem? Meu deus!
“Descer o pau” é a saída? Ou explicar qual é o programa de governo seria melhor? Explica as obras “macro” que pretende realizar e de onde sairá o dinheiro para realizá-las? Se cada um fizer o que promete, esqueceram de me avisar que o PIB brasileiro ombreia com o americano.
Esses candidatos estão parecendo professores de cursinho. Em toda aula, há, pelo menos, dois tópicos da matéria que cairão no vestibular. Como todos dizem isso, a prova deverá ter 1000 questões.
Não votarei nulo, nunca fiz isso e não farei. Mas, dessa vez, é tudo do mesmo. Vou ter de escolher o menos ruim.
Por favor, pensem muito bem em quem votarão para deputado e senador. Seja qual for o presidente, será refém dele, o congresso ou regresso, como queiram. Lula é que aprendeu bem a lição com o PMDB: a pedrada quebra a vidraça, mas só arranha o vidro escuro.

 sexta-feira, 05 de setembro de 2014

LINCHAMENTO FÍSICO E LINCHAMENTO MORAL

(O BOCA DO INFERNO – PUNIÇÃO SIM; LINCHAMENTO NÃO)

Senhoras e senhores: ABAIXO A HIPOCRISIA

No Brasil impera o absurdo dos absurdos. Quem comete um crime tem a cara exposta em todo e qualquer veículo de comunicação existente: sadismo ou tesão atávico pela vitimização? Vai ostentar, para o resto da vida, a pecha de criminoso. Mas, a justiça não grita para a sociedade que se deve dar sempre uma segunda chance ao criminoso? Que ele deve ser ressocializado? Daqui, para frente, a cara da moça será exposta em toda matéria retrô. Crime, desastre, desgraça, tudo isso junto joga a audiência para as alturas. Ela não tem escapatória. Carregará o carimbo na testa: criminosa. E é criminosa, segundo a Lei Afonso Arinos. E, se for linchada, quem será o criminoso? O que matou, estripou ou a imprensa que armou sua mão? Fez uma lavagem…
Quem comete uma boa ação, aparece, quando muito, no final de um telejornal, para amenizar a notícia de uma tragédia ou dá um depoimento choroso em algum programa de conteúdo duvidoso. Arrancar lágrimas de “emotivos” telespectadores faz a audiência decolar. E é só. Morreu tão rápida quanto nasceu. Não há Lei para levá-la aos píncaros da glória. Se for esquecida? E seus 15 minutos de fama?
Em todos os jornais, revistas e telejornais, a cara da moça, com a boca fechando e abrindo, gritando e agredindo, seus perdigotos acumulando-se, está pornograficamente estampada e escarrada: Primeira página. A cara, riscada de azul e branco, não a deixa mentir: é gremista, sim. E não nega. Disse que entrou na “pilha da torcida”. (distorcida, então?) Mentira, ou melhor, subterfúgio. “Lágrimas de crocodilo”. Medo do linchamento. O físico ou o moral? Ou ambos?
A própria direção do clube não o nega. Era sócia do clube, sim. E boa parte das torcidas desorganizadas é “racista”, sim. Porém, e os que fingem que não o são e tentaram reprimir os raivosos gritos dos “racistas” descarados? Eles não contam? Sempre me pergunto: os que se mostram são mais autênticos? Os enrustidos, porque não os identificamos, não? Eles jamais estarão na primeira página a não ser quando posam de heróis e tiram uma lasquinha na desgraça alheia.
Fábio koff, descaradamente um gozador, disse que o Grêmio se sente feliz ao ser punido, se o acontecido fez acabar o preconceito racial no Brasil. O Grêmio ajoelhará no milho. Quando soube dos milhões que perderia, colocou seu departamento jurídico na linha de frente para salvar o clube. O Grêmio anda mal das pernas. Calou-se daí para frente. Racista ou hipócrita? Afinal, ninguém joga milhões pela janela por causa de um “negro fedido que inventou o fato só para fazer cera, pois o Santos ganhava a partida, disse outro dirigente.
Para que todos constatemos o que já está pisado e repisado: somos um país discriminatório (“Racismo” é um conceito errôneo. A biologia o esclarece). Mas, não vimos aqui para discutir biologia, mas hipocrisia.
A moça não estava sozinha aos gritos de “macaco fedorento”. Essa não foi nem a primeira nem a segunda vez. É fato corrente. O que me deixa mais indignado é a frase xerocada do senso comum pelo agora famoso Aranha: “Somos todos iguais”. Iguais um pinóia. Então, ele e o Eike Batista têm as mesmas oportunidades e são recebidos nos mesmos lugares com as mesmas regalias?Ele sua empregada doméstica correm atrás dos mesmos objetivos, moram em casas semelhantes, não têm problemas com a falta de dinheiro? Iguais o cacete.
“Racismo” antes de ser um crime, é uma vergonha, mas discriminação social, antes de ser uma vergonha, é um crime de lesa pátria e o bom senso. O brasileiro sempre foi conhecido como “racista cordial”. Esse é o pior tipo de racista, o que se esconde atrás de qualquer ato cotidiano, de uma piadinha, de meias palavras, meias verdades… Antes da discriminação racial, aqui vem a discriminação social, a sexual, a étnica… Eh! Brasil…

 sexta-feira, 05 de setembro de 2014

MARINA, MARINA MORENA, VOCÊ SE PINTOU

(O BOCA DO INFERNO – DESCONFIADO DA CONFIANÇA)

Marina, como eu já desconfiava, explodiu nas últimas pesquisas para o Planalto. Coincidência ou não, a morte tem um papel decisivo na sua ascensão política. Com a morte de líder seringueiro, Chico Mendes, que qualquer otoridade municipal, estadual, federal e internacional, sabia que seria assassinado, ela despontou para o cenário político nacional, lutando, “sem dinheiro”, contra os “poderosos” do PT, seus aliados “informais” na época.
Com a morte de Eduardo Campos, líder do PSB, que sabia que não teria qualquer chance de vencer as eleições, despontou para o eleitor como a terceira via, contudo, agora, de repente, não mais que de repente, já virou a primeira, para um “quase” desespero do PT. Se Dilma ganhar, o PT ganha; se Marina ganhar, o PT não perde. Ela governará com “alguns dos melhores petistas, psdbistas e pmdbistas” segundo ela mesma. Marina, que conhece muito bem os meandros da política, deve estar de “sacanagem” com o eleitor. Só pode ser.
Com aquele diálogo sonolento dos primeiros dias na tevê, antes de começar o famigerado horário eleitoral (gratuito?) pago por nós, Eduardo Campos e ela eram solenes candidatos a atores de comercial de remédio para fazer apagar quem sofre de insônia crônica: o casal Rivotril. Ninguém dava a mínima para eles, até porque não entendia nada daquele diálogo intelectualóide: um dó falava para o outro. O resto do Brasil ficava com aquele ar bovino.
Morreu Eduardo Campos e aí Marina, mesmo não sendo citada pela viúva, no seu discurso velório/político, virou candidata e tomou a dianteira. Veio subindo, subindo, subindo… nas pesquisas, como rojão de festa junina. Todo mundo passou a prestar atenção nesse discurso de acabar com a “velha” política, mesmo sendo aliada do “velho” político Tião Viana, governador do Acre: aquele mesmo que expulsou os haitianos para São Paulo, não sem antes deixá-los à míngua.
A “intelesctualidade”, para variar, abraçou o discurso da viúva política do candidato a candidato. Veio a reboque para salvar a classe média do colapso, a mesma que vaiou Dilma no estádio particular da copa do mundo construído com dinheiro público, como se não soubesse que pagaria a conta. A mesma que se acha injustiçada, pois bancou Lula e Dilma durante doze anos, que bancaram o bolsa construtora, o bolsa bancos privados, o bolsa pré-sal e o bolsa família. Não viu, no horizonte, o bolsa classe média que, para manter o status, buscou muamba em Miami, na Argentina, no Paraguai… Muamba para salvar as viagens à Disney, à Europa e a Nova Iorque. Para pagar o cartão de crédito internacional.
Marina tem um discurso, no mínimo, interessante, que só convence os trouxas: “Combater a velha política com uma nova forma de fazer política”. Já ouvi isso em algum lugar… Há algum tempo…. Uns doze anos, pelo menos. E deu no que está dando. Como é que se pode fazer uma nova política com velhos e viciados políticos? Zé Dirceu já disse que ela é o Lula de saias. Segundo ela, “há boas pessoas nos partidos políticos”. Vai haver tiroteio no Planalto na luta por cargos.
Há uma história muito mal contada sobre sua aliança com o governador Tião Viana. O seu marido só largou o osso público quando ela se tornou candidata oficial à presidente da república. Destruir a floresta, não pode, mas largar seres humanos à míngua, pode? Transportá-los como porcos, pode? Outra coisa interessante, para não dizer uma piada pronta, foi a explicação do seu vice sobre a mal contada história do “empréstimo” do jato que desabou com Eduardo Campos: Quando a gente pega um táxi, não quer saber se o carro é roubado ou não, se o motorista fez “leasing” do carro ou não.
O silêncio da candidata quanto a esses fatos beira à inconseqüência e/ou à conivência. Como diz o “grande filósofo” Tiririca: A Brasília é podre, mas eu a conheço bem…” No que difere o “novo discurso” de Marina dos outros? Já vi esse tal “novo discurso” e “nova de fazer política” até em Fernando Collor.
Acho que vou votar no no Levi Fidélix. Quem sabe, ele já não toma a presidência de assalto e constrói um trem bala direto entre isso aqui e o inferno? Se bem que no inferno, já estamos. O negócio, então, é abraçar o capeta. Mas qual? Isso aqui anda parecendo o “samba da política doida”.
Vou aproveitar e aconselhar Marina a ter, como ministro da saúde, o Padilha que não será governador em São Paulo e tem vasta experiência com a importação de médicos, como fez no governo Dilma. Olhava para ela, mas com os olhos presos no chefe. Aquele que o pôs e o manteve como ministro. Trouxe neurologista para o chefe que sofre de amnésia seletiva e nunca sabe de nada, a não ser o que lhe interessa; otorrino, para ele, que nunca ouve nada, só o ataque das elites conservadoras que querem derrubar o PT; oftalmologista, para ele, que nunca vê nada, nem o fato de pertencer agora à elite. Assim fica bem mais fácil ser “presidenta”.

 sexta-feira, 05 de setembro de 2014