PARA DIRIMIR ENGANOS
(O BOÇA DO INFERNO – COM LUVAS DE BOX ABAIXADAS)
Tenho o péssimo hábito de estudar política e, principalmente, a “politicagem” no Brasiil. Sou contra essa história de que o Brasil é pobre, é vítima de seja lá do que for. Detesto essas afirmações ridículas e alienantes: gosto, política e futebol não devem ser discutidos jamais.
Não escrevo artigos de quatro em quatro anos. Quem lê meus artigos, sabe que o faço semanalmente. Estão todos no meu blog, no meu perfil no Facebook, em jornais e revistas. Já fui petista, já não o sou desde a primeira eleição do Lula. Nunca fui lulista.
Os partidos, sejam quais forem, têm projetos para se perpetuarem no poder, não para melhorarem o BRASIL. Sou contra a reeleição, ao uso da máquina administrativa em favor do candidato.
Leio diversos veículos de comunicação, quase todos os dias, pois dou aulas de redação. Estar atualizado é minha “obrigação profissional”.
Creio no fato de que a brasa está eternamente acesa, dólares e/ou euros compram sardinhas aos milhares. Quem tem a ferramenta na mão, puxa cada uma para o seu lado, por isso acuso alguns problemas que considero seríssimos:
1. Nosso processo eleitoral é uma vergonha. Todos os presidenciáveis prometem a “reforma política”, mas, como perderiam a maioria no Congresso, não a fazem. Preferem a velha política de “conchavos”. Negociatas.
2. O eleitor só acorda, de quatro em quatro anos, para o processo, portanto se concentra nos “caudilhos” e “salvadores da pátria”. Vota nas pessoas e não nos programas partidários, se é que algum partido tem algum. Se buscasse se informar sempre, teria argumentos, não sairia “metendo o pau” a torto e a direito. Meteria o pau em si mesmo. Eleição não acaba no voto. A maioria nem lembra em quem votou no último pleito. Grande parte parte para o “voto de protesto”, uma burrice extrema, pois ele será vítima da incompetência “do palhaço”. E ainda se acha “fera”. Votou consciente. Exime-se de qualquer problema.
3. Em toda eleição, por culpa nossa e de geniais marqueteiros, criamos monstrengos: sapo barbudo x salvador pátria, BandAécio x BandDilma, como se o presidente “mandasse” em alguma coisa. A discussão é movida pelo ódio (acusações) e não pela consciência crítica (propostas de governo). O eleitor se engaja nisso, portanto são espalhados boatos em cima de boatos. Fica todo mundo perdido. Achando–se consciente, espalha boatos, para se mostrar engajado, sem checar a sua veracidade.
4. Poucos pensaram, antes da eleição, no deputado e / ou senador no qual votariam, portanto há várias distorções: as “manifestações” pediam mudanças, contudo foi eleito o congresso mais conservador dos últimos 20 anos. Os mesmos, acusados de corrupção, lá estão e ainda elegeram parentes para cargos públicos: Bolsonaro e Bolsonarinho, Renan e Renanzinho, Barbalho e Barbalhinho, Sarney e Sarneyzinho….
5. O eleitor se esquece de que o presidente é “refém” do Congresso e das “lideranças” partidárias e dos lobistas e dos contribuidores das campanhas.
6. Quem tem a faca e o queijo nas mãos, é o PMDB. É a famosa eminência parda.
Diante de uma iminente perda da eleição, Sir Ney desceu o pau no PT e estendeu a mão ao PSDB. Seja qual for o governante, o PMDB é governo. Toda vez que o partido não consegue cargos, ameaça pular fora do barco. Aí, bom! Aí vence a queda de braço.
7. Brasileiro não é cego, é vesgo. Dilma e Aécio, se forem tão corruptos, como afirmam, deveriam estar presos e não disputando a eleição para o cargo mais importante do país.
8. Para finalizar: cada um defendeu “seus amiguinhos” (não apuram nada, se o sujeito fizer parte da “patota”). Cada um é financiado por grandes empreiteiras (quem tem o cimento nas mãos e na alma, realmente manda no psís. É só contabilizar o envolvimento delas na quantidadede escândalos no país). Cada um carrega consigo o seu “mensalão”.
Poderiam ser 1000 considerações, mas é praxe, no Facebook, grande parte dos leitores, darem atenção apenas a textos curtos.
CÃESDIDATOS
(O BOCA DO INFERNO – DOIDO PARA FUGIR PARA PASÁRGADA)
“Bandilma mostra a sua cara/ quero ver quem paga/ pra gente ficar assim…”
“Bandécio, qual é o teu negócio? / o nome do teu sócio? / não confie em mim…” (Acabei de estuprar o Cazuza).
“FACEBOOK que bate, bate/ post que já bateu/ quem bate em Bandécio é PT/ quem bate em Bandilma é PSDB”.
“A tirei o pau no Bandécio… cio…cio/ mas Bandécio…cio…cio…/ não morreu…réu…réu…/ dona Bandilma… má… má… admirou-se… se…se/ porque foi que Bandécio não morreu”.
“Bando… bando… bando…/ bando da cara feia/ compre o eleitor indeciso/ que tem medo de careta”.
Senhores telespectadores, bobos da corte, trouxas de plantão, tratados como débeis mentais calcem suas suas luuuuvassss: o embate/ debate/ combate vai começar… Ainda bem que, domingo, a baixaria vai terminar. Será?
De um lado, Bandilma; do outro, Bandécio. Juiz escolhido para a palhaçada: o eleitor algemado no sofá, teclando no computador. O ringue: a tevê.
Se você, até agora, caro eleito ator, não se decidiu por qual cãodidato torcer, esqueça, não será pelos golpes baixos desferidos hoje que irá se decidir.
A regra do jogo é simples. Para virar dono do osso, vale mentir, trapacear, acusar sem provar, gaguejar, prometer, errar de propósito, esquecer por conveniência. No final, cumprimentar com beijinhos o, agora, rival. Afinal, tudo não passa de um jogo. O jogo para agarrar o pudê. “Os inimigos de hoje são os amiguinhos de amanhã”.
A bola é você.
Se você não viu uma partida de futebol entre duas seleções, está em outra galáxia. Se viu, vai entender o que digo.
Dentro do jogo, vale dar pontapé, carrinho, gritar, xingar, ameaçar, peitar o juiz. Acabada a partida, os jogadores se abraçam, riem, como se nada tivesse acontecido, afinal tudo não passa de um jogo. Voltarão para seus clubes. Terão de conviver uns com os outros nos vestiários.
Canelas raladas são normais. Essas canelas valem milhões. Empresários (lobistas?) ficam de olho nos pupilos para pensarem “profissionalmente” nas somas exorbitantes dos futuros contratos.
Defender a pátria é mero exercício de retórica, para “contorcedor” ver. Vale mesmo o marketing: derramar lágrimas durante o hino, jogar a camiseta para a torcida. Jurar amor eterno ao escudo no peito, bater no braço para mostrar raça para os fanáticos torcedores briguentos. Ganhar? Se não der, fica para a próxima convocação.
Como na Copa do mundo, há gente que se interessa pelo futebol somente de quatro em quatro anos. Não entende as regras do futebol, muitas vezes complicadas, dúbias, passíveis apenas da interpretação do juiz. No entanto, esta gente está lá pra aplaudir e/ou vaiar, pois pagou o ingresso para sentar nas cadeiras. Nunca no camarote.
Resultado: perdemos de 7×1. Enfrentamos um pugilista mais técnico, forte, capaz de esquivas surpreendentes. O primeiro soco provocou o Knock Down; o segundo, o nocaute. Não levantamos. Beijamos a lona. Não havia como vencer.
Os dois Cãesdidatos de domingo são pugilistas fortes, capazes de esquivas surpreendentes. Beijamos a lona. Contudo se comportam de forma “malandra” como jogadores de futebol. São capazes de dribles desconcertantes. Comemos a grama. Ao final, trocam camisas, sorridentes, afinal tudo não passa de um jogo.
O placar (pesquisas?) induzem-nos a torcer pelo time que vai vencer ou esclarecem os defeitos do perdedor.
Não há como a torcida vencer.
Seja lá quem vencer, perderemos vergonhosamente de 7×1.
ONTEM FUI APENAS UM NÚMERO A BORDO DO DEDO INDICADOR
O BOCA DO INFERNO (THE DAY AFTER)
Caros eleitos atores:
Algumas coisas, depois da ressaca da eleição, me assaltaram.Tratando-se de Brasil, assalto NÃO é ironia, é condição:
a) Por que Aécio Neves, virtual presidente, perdeu em MG, onde mandou, durante 12 anos, além de fazer o “Azia”? Ganhou justamente o Pimentel, candidato do PT, e no primeiro turno. Mineiro pode ser qualquer coisa, mas não é bobo, não.
b) Por que Tarso Genro (governador do Rio Grande do Sul, reduto do PT), que estava disparado nas pesquisas, inclusive na boca de urna, perdeu o primeiro lugar para Pedro Ivo, que nem era cotado para o segundo turno? Gaúcho pode ser qualquer coisa, mas não é bobo, não.
c) Dilma, no início do processo eleitoral, admitiu ganhar no primeiro turno. Com a morte de Eduardo Campos, Marina explodiu nas pesquisas, mas brasileiro tem memória curta, então Marina despencou. Por que, então, as pesquisas sustentaram um empate técnico entre Aécio e Marina? As pesquisas erraram tanto ou o negócio era manter os dois candidatos batendo um no outro para ver quem iria para o segundo turno esquecendo Dilma?
d) Marina é candidata de um saco de gatos antipetista, as viúvas. Então uma pequena parte vira petista, mas a maioria vira Aécio. Ou não? Marina viveu 24 anos no PT e Tião Viana, seu aliado político, é do PT, no entanto rachou com a legenda em meio a um festival de acusações.Marina optará pela fidelidade ou pelo rancor?
e) O que o povo manifestante nas ruas quer ao reeleger homofóbicos (Bolsonaro/Felciano, por exemplo) e figuras folclóricas como Tririca? Eleger o filho de Calheiros, no primeiro turno, e Fernando Collor, notório ladrão? pelo menos, foi por isso que foi apeado do poder. E o vamos acabar com a corrupção?
f) Alguém pode me explicar que diabos é essa tal de “nova política”, com tantos velhos camaradas, tendo de apoiar um ou outro velho político? Desculpem-me, mas Aécio não é novo na política.
g) São Paulo gosta tanto de chuchu ou os eleitores não tinham ninguém menos estúpido em quem votar? 20 anos de PSDB não é mole, não. São Paulo não anda. É isso que Aécio promete para o Brasil?
h) Por que Dilma ontem disse que trabalhava com a possibilidade de segundo turno, quando foi espalhado aos quatro ventos que venceria no primeiro? Pra que servem institutos de pesquisa, para esclarecer ou induzir?
Parodiando Macunaíma: “Pouca leitura e muita baboseira, os males [da universidade] do Brasil são”…