TEM
TEM
Versos de Mário / Oswald / Carlos / todos de Andrade
Sotaques de Machado / Graciliano / Rosa
Sabores de Portugal / Senegal / Guiné-Bissau
Odores baianos / pernambucanos / sergipanos
Falares do Paraná / Ceará / Pará
Cantares do nordeste / centro-oeste / sudeste
Comidas mineira / pantaneira / brasileira
TEM
samba de negro
palavra de branco
poema de imigrante
romance de índio
música de caipira
literatura urbana
TEM
funk de periferia
rap de pichador
reza de romaria
cantiga de trovador
ritmos da Bahia
carnaval de Salvador
(Luiz Cláudio Jubilato. É fundador e diretor do Criar Redação)
Doce Flor do Lácio
Geraldo Muanis
O amor pelas letras começou cedo e desde o início da alfabetização sempre tive o privilégio de ter excelentes mestres e mestras de Português. O gosto pela leitura contou com o estímulo de pai e mãe, ele médico que sabia escrever bem e ela normalista que repassou também o dom do gosto pela boa escrita. Tudo isto contribuiu para que cultivasse um cuidado especial para exercitar bem o Português.
A sagrada Língua Pátria, escorado sem medo nos dicionários para escrever corretamente as palavras e nas gramáticas para não incorrer em erros grotescos de concordância. Uma amizade permanente que ganhou firmes alicerces com a leitura de autores nacionais e estrangeiros, na Prosa e na Poesia. Aprendi a brincar com as palavras e enxergar nelas hieróglifos divinos de um jogo sobrenatural.
Como Jornalista, sob a influência exemplar de Tarso de Castro, Mino Carta, Bob Fernandes e Elio Gaspari, dentre tantos outros, aprendi ainda mais: a força das palavras não só como veia poética, mas também espada de combate, crítica e na defesa de ideais sempre contra a opressão e a injustiça. Desde a primeira vez que li a poesia de Olavo Bilac, no Grupo Escolar Duque de Caxias (Juiz de Fora-MG), nunca a perdi de vista. “Última flor do Lácio, inculta e bela,…” E sempre que a repito, volta e meia ainda me assombro com alguém me perguntando “o que é isto?”.
E tenho que, pacientemente explicar, para acrescentar que instrução, educação e amor estão em falta. Faço com gosto e ainda explico, falando de como é bela e difícil a Língua Portuguesa. Em palestras para estudantes de Jornalismo costumo repetir que sigo a máxima de Mino Carta, para quem o bom jornalista tem que saber escrever, com um arsenal de pelo menos 50 palavras diferentes em uma matéria. Além do caráter, claro! Para mim, escrever é fundamental, sobretudo ler, de bula de remédio a Dostoievski, sem ter vergonha ou medo de consultar o dicionário. Enriquecimento do vocabulário e alimentando a alma. Para disseminar com destreza toda a beleza da “Última flor do Lácio”.
Geraldo Muanis. Poeta, romancista e jornalista Juizforano.
O BOCA DO INFERNO (Respostas idiotas para perguntas imbecis)
I
– Professor, além de dar aulas, o senhor faz outra coisa?
– Claro que faço: às vezes, faço papel de criptonita em filmes do Super-homem e às vezes de teia de aranha nos filmes do Duende Verde. Agora, tenho um sonho: parar de dar aulas, pra fazer algo mais útil.
II
– Professor, a gente aprende literatura, pra quê?
– Para diferenciar você dá vaca da sua fazenda ou recitar poemas de Camões pra ela. Quem sabe ela não, dá mais leite!
III
– Professor, você vai ensinar o que na aula de Barroco?
– Vou ensinar a pular amarelinha. Esse negócio de Barroco só serve pra construir casa de barro.
IV
– Professor, pra que ficar lendo livros?
– Pra aprender a correr sem metros rasos e a dançar rumba.
V
– Professor, por que a gente tem de estudar?
– Pra arrumar um jeito de acabar com a guerra entre os terráqueos e os Klingons ou a fazer papel Chita, em filme de Tarzan.
VI
– Professor, eu preciso estudar pra essa prova?
– Não. O Batman nunca estudou pra virar morcego! O Lula nunca estudou pra andar de esteira! Tartaruga nunca estudou pra andar com a casa nas costas!