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    (Luiz Cláudio Jubilato. É fundador  e diretor do Criar Redação)

 domingo, 14 de junho de 2015

Doce Flor do Lácio

Geraldo Muanis

O amor pelas letras começou cedo e desde o início da alfabetização sempre tive o privilégio de ter excelentes mestres e mestras de Português. O gosto pela leitura contou com o estímulo de pai e mãe, ele médico que sabia escrever bem e ela normalista que repassou também o dom do gosto pela boa escrita. Tudo isto contribuiu para que cultivasse um cuidado especial para exercitar bem o Português.

A sagrada Língua Pátria, escorado sem medo nos dicionários para escrever corretamente as palavras e nas gramáticas para não incorrer em erros grotescos de concordância. Uma amizade permanente que ganhou firmes alicerces com a leitura de autores nacionais e estrangeiros, na Prosa e na Poesia. Aprendi a brincar com as palavras e enxergar nelas hieróglifos divinos de um jogo sobrenatural.

Como Jornalista, sob a influência exemplar de Tarso de Castro, Mino Carta, Bob Fernandes e Elio Gaspari, dentre tantos outros, aprendi ainda mais: a força das palavras não só como veia poética, mas também espada de combate, crítica e na defesa de ideais sempre contra a opressão e a injustiça. Desde a primeira vez que li a poesia de Olavo Bilac, no Grupo Escolar Duque de Caxias (Juiz de Fora-MG), nunca a perdi de vista. “Última flor do Lácio, inculta e bela,…” E sempre que a repito, volta e meia ainda me assombro com alguém me perguntando “o que é isto?”.

E tenho que, pacientemente explicar, para acrescentar que instrução, educação e amor estão em falta. Faço com gosto e ainda explico, falando de como é bela e difícil a Língua Portuguesa. Em palestras para estudantes de Jornalismo costumo repetir que sigo a máxima de Mino Carta, para quem o bom jornalista tem que saber escrever, com um arsenal de pelo menos 50 palavras diferentes em uma matéria. Além do caráter, claro! Para mim, escrever é fundamental, sobretudo ler, de bula de remédio a Dostoievski, sem ter vergonha ou medo de consultar o dicionário. Enriquecimento do vocabulário e alimentando a alma. Para disseminar com destreza toda a beleza da “Última flor do Lácio”.

Geraldo Muanis. Poeta, romancista e jornalista Juizforano.

 sexta-feira, 12 de junho de 2015

O BOCA DO INFERNO (Respostas idiotas para perguntas imbecis)

 

I

– Professor, além de dar aulas, o senhor faz outra coisa?
– Claro que faço: às vezes, faço papel de criptonita em filmes do Super-homem e às vezes de teia de aranha nos filmes do Duende Verde. Agora, tenho um sonho: parar de dar aulas, pra fazer algo mais útil.

II

– Professor, a gente aprende literatura, pra quê?
– Para diferenciar você dá vaca da sua fazenda ou recitar poemas de Camões pra ela. Quem sabe ela não, dá mais leite!

III

– Professor, você vai ensinar o que na aula de Barroco?
– Vou ensinar a pular amarelinha. Esse negócio de Barroco só serve pra construir casa de barro.

IV

– Professor, pra que ficar lendo livros?
– Pra aprender a correr sem metros rasos e a dançar rumba.

V

– Professor, por que a gente tem de estudar?
– Pra arrumar um jeito de acabar com a guerra entre os terráqueos e os Klingons ou a fazer papel Chita, em filme de Tarzan.

VI

– Professor, eu preciso estudar pra essa prova?
– Não. O Batman nunca estudou pra virar morcego! O Lula nunca estudou pra andar de esteira! Tartaruga nunca estudou pra andar com a casa nas costas!

 terça-feira, 10 de março de 2015