Calcinha para a noite; cueca para a manhã

Há muitos sujeitos compostos dispostos a cometerem pérfidas ações.Tipos ou gêneros na ação textual? Ninguém sabe ao certo. Não há certeza, a não ser o não certo, o não dito.

Há muitos sujeitos indeterminados que saem à noite esgueirando-se por metáforas obscuras, teias em estradas escuras. Os olhos de gatos no meio da pista não os interpelam, nem lhes revelam se estão na mão ou na contramão: Hipérbatos. Anacolutos. É certo que são inversão, metonímias da violência certamente são.

Há muitos sujeitos determinados que se escondem atrás de punhos para machucar sinônimos, com medo de que o observador crítico perceba que não são antônimos, como apregoam ao jogarem na cara do texto sua capacidade de empunhar objetos diretos cortantes, rascantes, para machucar.

Há muitas sujeitos simples construtores de um pretérito imperfeito, que projetam o futuro do mal presente, apavorados com a ideia de que o escrevinhador não faça deles personagens principais da saga que os tornará catacrese do estupor.

Há muitos sujeitos metaforizados que precisam desesperadamente de um verbo de ligação que os atrele a predicativos, cujos adjetivos sejam a comunhão entre a força das armas e a ditadura da fé. Assim poderão usar qualquer objeto indireto para matar em nome do amor e de Deus. Assim sentarão no colo, quem podem e devem “phoder”.

Uma dúvida assalta este transeunte da informação para a desinformação, do senso crítico para o achismo da imbecilização: dedicar-se à vigilância epistêmica ou deixar-se levar pela correnteza da desrazão?

A ignorância motivada pela lobotomia talvez seja menos torpe que se entregar a um manifesto contra o puritanismo que nos assombra transmutado em movimentos dentro de uma linha, cujo corretor ortográfico não dissimulou, nem a borracha apagou. Cuidado com intelectuais. Cuidado com textos complexos: eles desdizem sem dizer. Ninguém tem a consciência na cabeça, tem-na nas mãos, no umbigo ou no estômago. Quanto custa perder tempo lendo esta porcaria? Tempo é dinheiro. Dinheiro igual direito, que é igual a ambição, que é igual a “phoder” e igual à minha solução. Ninguém tem religião, tem medo de não encontrar sua solução.

 

Instruções para repensar ou dispensar o tema.

 

a) Aonde nos levou o puritanismo transmutado em revolução.

b) Aonde nos levou qualquer ditadura transmutada em pulmão.

c) Aonde nos levaram as metáforas que eram, na verdade, catacreses, como “caçadores de marajás”; “A esperança derrotou o medo”; “A constituição cidadã…”

d) Aonde nos levaram os que extorquiram em nome da fé ou estupraram em nome de uma Igreja ou pregaram a guerra em nome de Deus.

e) Aonde nos levaram os defensores da justiça pelas próprias mãos: matamos mais mulheres, gays, negros, pobres que em qualquer outro país.

f) Aonde nos levaram os bolsos e os ignaros, os assaltantes do erário, os paternalistas e os signatários da carta magna brandida ao sabor dos interesses e dos pertences.

 

Tema: Matamos sempre que a cegueira nos faz acreditar que somos tão diferentes que nossa arrogância não nos deixa perceber que somos semelhantes. As pessoas não sabem que não sabem.

 sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

Idiomaterno

Dia 10 de junho, dia da língua portuguesa, dia de Camões

O mundo lusófono, comunidade dos países falantes de Língua Portuguesa, comemora, em 10 de junho, o dia de Camões, de Portugal e da Língua Portuguesa. Disse Fernando Pessoa, na pele de seu heterônimo Bernardo Soares, no Livro do Desassossego: “Minha Pátria é a Língua Portuguesa”. Parafraseando-o, Cristiano Costa lapidou a seguinte afirmação: “Minha pátria é a minha língua”. Olavo Bilac resgatou-a historicamente, ao chamá-la de a “Última flor do Lácio, inculta e bela”.

Luís Vaz de Camões, poeta dos poetas, ao escrever “Os Lusíadas”, reuniu as mil nuances das relações com as línguas que a constituíram. Juntas geraram o idioma falado naquele pequeno país nascido entre os rios Minho e Tejo, na ponta da espada de D. Afonso Henriques, o primeiro rei de Portugal.

Da “Cantiga da Ribeirinha”, de Paio Soares de Taveirós (1189? ou 1198?), a “Os Lusíadas”, de Camões (1580), nosso idiomaterno se estruturou, deglutiu outras culturas, encorpou e se jogou ao mar para cair nos braços de terras distantes que a enriqueceram ainda mais.

Portugal nos legou a língua através da qual entendemos o mundo e o transformamos segundo nossas visões, concepções, conexões, observações, compreensões. Índios, negros, imigrantes a metamorfosearam. Ela incorporou novos falares, novos cantares, novos pensares, a ponto de seu ventre conceber inúmeros idiomas, dentre eles o nosso Português Nacional.

“Antes de os portugueses descobrirem o Brasil, o Brasil tinha descoberto a felicidade”, afirmou José Oswald de Andrade, no seu Manifesto Antropofágico. Jamais teríamos descoberto o tamanho dessa felicidade, se esse idioma, trazido de além-mar, não esticasse o seu tecido vocabular e gramatical sobre a praia “muito chã”, de “árvores de copas mui frondosas”, contaminando a todos os habitantes que ingeriram suas regras e expressões para fazê-las traduzir na fala e na escrita sensações, emoções, traduções etc.

“A contribuição milionária de todos os erros. Como falamos. Como somos”. Assim o é. O idioma não escolhe cara, nem lugar. Ricos e pobres. Cultos e incultos. Negros e brancos. Nativos e imigrantes. Cada brasileiro o recorta através dos seus usos e costumes

Acabe com o seu preconceito. A Língua Portuguesa não é difícil, é fácil. Você convive com ela. Usa e abusa dela. Lambuza-se com ela. Expõe-se e compõem-se e recompõem-se com dela. Há mais exceções que regras? E daí se você não sabe se exceção é com Ç ou com dois SS, se não entende por que OBCECADO se escreve com C e OBSESSÃO com S, depois dois SS. A beleza está justamente na complexidade.

Se não fosse essa tal complexidade, não teríamos tantas belezas extraídas das penas e/ou das bocas de pessoas tão díspares. Qual língua legaria ao mundo um Fernando transmutando-se em tantas Pessoa(s) nas terras de lá e um Carlos Drummond de Andrade, com seus mineirismos e universalismos, nas terras de cá. Um José Saramago, comunista lá, e um Guimarães Rosa, diplomata cá, mestres na arte de criar e recriar vocábulos. Do ventre dessa mãe tão rico brotam tantas palavras, tantas expressões: regionalismos, eruditismos, galicismos, neologismos… Brotam o funk, o hip-hop, a MPB, o sertanejo, para traduzir o que pensamos, o que queremos, o que somos.

Por Luiz Cláudio Jubilato. Educador e diretor do Criar Redação. Professor e especialista em Língua Portuguesa e especialista em vestibulares. criarvest@uol.com.br

 sábado, 10 de junho de 2017

Criar 26 anos

“Viver não é necessário, o que é necessário é Criar”

(Fernando Pessoa)

 Criar: fazer nascer, dar origem a, gerar, formar, construir, cultivar, instruir, educar, cultivar, desenvolver, produzir, inventar, imaginar…

O curso da vida: O Criar nasceu Redação na Rua Rui Barbosa (significativo conhecedor da língua portuguesa), no dia 10 de junho (Dia da Língua Portuguesa – Dia de Camões).  Fincou raízes na Rua Lafaiete (revolucionário francês), 939, esquina com a Rua São José (homem visionário), no centro de Ribeirão Preto. Como um ribeirão, virou rio, ganhou o mundo.

Na ponta da caneta, a criação do seu futuro. O Criar nasceu para revolucionar, transformar, educar, provocar, levar à reflexão, romper com os limites da sala de aula, com as amarras do texto rígido, modelar, tradicional. Cada aluno é instigado a pensar, questionar, compreender, interpretar, a ir além, a redigir um texto autoral, a se superar sempre.

Escrever bem é consequência de pensar bem: o aluno Criar incorpora esse DNA. Ser aprovado na escola, no vestibular, em um concurso é mera consequência. O aluno só é competitivo, se for criativo. Muitos são redatores dos jornais da sua escola, da sua faculdade…

Leia, leia, leia, que a alma se incendeia: o Criar tirou o caráter punitivo da leitura. O aluno aprende a estudar para saber. Saber que é preciso mergulhar no texto, contextualizá-lo, dominar a gramática, adquirir vocabulário, expandir o repertório cultural. Trata-se de explorar a capacidade, propor os instrumentos necessários para alimentar a argumentação.

Método revolucionário: o Criar foi pioneiro em trazer especialistas para os debates sobre temas atuais, a colocar na sua grade aulas de filosofia, sociologia, história da arte (ainda com slides, há 26 anos), plantões individuais, sala de informática onde se analisava textos com o Sherlock nos computadores 386, aulas de linguagens e códigos, gêneros textuais, folha de redação personalizada, aulas interdisciplinares, cursos específicos para cada vestibular, fichários, apostilas que se atualizam a cada semestre.Turmas específicas para alunos desde o 5º ano do cursinho.

Vitrine: o Criar sempre descobriu jovens talentos e por isso possui grandes profissionais. Hoje, nossos professores ministram aulas em algumas das melhores escolas do Estado de São Paulo e do país, além de se tornarem coordenadores de muitas delas, fazem partes de bancas de vestibulares regionais e nacionais.

Recorde de redações notas máximas: os alunos do Criar tiveram e têm redações notas máximas publicadas pelo Enem, Fuvest, Unicamp, Puccamp etc.

Recorde de aprovações: quase 20 mil passaram pelas salas de aula do Criar nesses 26 anos. Hoje matriculam seus filhos, porque confiam no sistema educacional. Alguns voltaram, inclusive, para realizar o grande sonho de se tornarem professores do Criar.

Referência: o Criar é a grande referência em língua portuguesa para os maiores veículos de comunicação do país, para grandes empresas e profissionais de todas as áreas.

O Criar é único: uma ilha de excelência voltada para a busca da qualidade total.

 sábado, 10 de junho de 2017