NÃO COMO, COMO COMO

Não consigo digerir Mac Donald’s porque a gordura é fabricada por produtos químicos, não como porque, para mim, todo sanduíche, por mais que o cardápio diga o contrário, tem o mesmo gosto. E é mais caro que uma refeição, mas é americano o que já explica tudo. Não,quero desiludi-lo, iludido leitor, mas Mac Fish é pão com peixe. Gostaria de vê-lo rico vendendo pão com peixe.

Não consigo ver mais ver jogos de futebol, porque, por mais que torça por um time, não aguento mais o 442, 433, pois todo mundo aprende a se defender, mas não a fazer gols. O negócio é não perder, ganhar é outra coisa. O negócio do técnico é manter o emprego. Todo jogo tem o mesmo sabor de Mac Donald’s, de empate, por mais que o time do coração ganhe de meio a zero.

Fica difícil ver telejornais que, por mais que mudem de horário, não têm a menor vergonha de repetir a mesma reportagem e o mesmo panda bonitinho nascido num zoológico da Alemanha para amenizar a tragédia pisada e repisada ao longo dos dias. Fora o que, de mais fundamental, é escondido dos burros, isto é, nós: Que a gordura do sanduba é feita, na verdade, de produtos químicos. E a carne? Ah! Carne é apenas um detalhe.

Não agunto mais ligar na NET para reclamar do Now que não entra nos sábados à noite e da internet que cai numa hora sim e na outra também. Depois de muito plim plim plim, a mocinha me atende com aquela voz de freirinha no confessionário, será que é a mesma moca? Ou será um clone dela? Não parecem aqueles atendentes robotizados, com o mesmo uniforme do Mac Donald’s? Ela também me dá sempre a mesma desculpa: “Senhor, estamos fazendo a manutensão na sua área e não temos previsão para o retorno da internet. Ligue e desligue o seu receptor” Se isso não der certo, entre em contato com a operadora novamente e agendaremos uma visita. E se não der certo, eze.

Disse depois do pllim plim plim que não tenho mais saco para reclamar da Tim que não funciona. Um”amigo” claro (desculpem a piadinha infame) me recomendou a Claro, foi aí que, depois de muito reclamar, fui parar na VIVO (desculpem mais uma piadinha infame) e Oi, descobri que não tenho para aonde ir. Pensei em ir a um centro espírita, mas aí é apelar demais.

Nem vou falar do excesso de filmes repetidos no meio das propagandas das tevês pagas. O bom disso é que você não precisa ter medo de não assistir a um determinado filme. Poderá fazê-lo em partes, em dias diferentes. Se você repete sempre o mesmo sanduba, porque não pode repetir à exaustão o mesmo filme?

O duro é que pago um pacote caríssimo para assistir aos lançamentos na tevê paga, mas, se quiser vê-los, tenho que pagar 9,90 reais para ver o tal lançamento. É um combo com dois sanduíches que você paga por três.

Devo ser um chato de galocha, mas, para que ir a uma Feira do Livro, aonde sou pisado, trombo com pessoas, tenho minha carteira levada por um indivíduo desconhecido, se posso comprar o mesmo livro, num shopping, com ar condicionado e, pior, pelo mesmo preço? Somos os consumidores mais idiotas do mundo.

Noutro dia, fui a uma liquidação, um paletó que custava 380,00 reais estava na arara por 179,00 reais. Em seguida, fizeram a liquidação da liquidação e o que era 179,00 virou 79,00 reais. Pense só se fosse a liquidação da liquidação da liquidação? A loja teria de lhe pagar, para você levar a mercadoria.

Uma vendedora cometeu uma pequena inconfidência: esse paletó custava 99,00 reais há três anos, quando ele saiu. Um ex-garçom me confidenciou há anos um fato que eu já sabia, mas precisava de confirmação, restaurante é o melhor lugar do mundo de reaproveitamento, liquidação também.

Quando o prazo de validade está perto do fim, é normal fazer liquidação para ficar livre dele. O que não é normal é colocar uma etiqueta em cima da etiqueta para mascarar o prazo de validade. Como não é ético colocar no rótulo um ingrediente que o produto não traz ou adulterar a balança para “mamar” um pouco mais.

Li numa revista, dessas de dietas milagrosas, que os “entendidos” dizem que alimentos orgânicos podem conter pragas não eliminadas pelos agrotóxicos. O que faço? Viver de água não dá, porque está contaminada, muito menos de ar, porque está poluído. Pior águam ortaliças com as águas do rio que carrega as nossas fezes. Nunca pensei que lgum dia, comeria o meu próprio cocô e o de um monte gente, inclusive desconhecida.

Num velho filme chamado “No mundo de 2020” e numa cópia atual chama de “A Viagem”, os pimentos eram feitos de nós mesmos. Será que já não são? Surgiu a vaca louca porque vaca virou alimento de vaca, e com produtos químicos.

 segunda-feira, 05 de outubro de 2020

DILEMA DAS REDES SOCIAIS

O Departamento de Defesa Americano investiu na criação da ARPANET, protótipo da Internet, durante a Guerra Fria, nos anos 60, para armazenar dados e se defender de uma Guerra Nuclear. Vários computadores se comunicavam em uma única rede.

A internet, tal como conhecemos hoje, nasceu em 1990, quando o cientista Tim Berners-Lee inventou a World Wide Web (www). A web é apenas o meio mais comum de acessar dados on-line. A web ajudou a popularizar a Internet entre o público.

A internet mudou a face da humanidade. Esqueça as grandes mudanças feitas pelo rádio e a tevê na primeira metade do século XX A geração chamada de Millennials a do novo milênio é a que convive com a grande explosão da tecnologia, a estimula, mas é dela também a maior refém. O Google se tornou o nosso HD externo; a Wikipédia, abiblioteca virtual. A Amazon é a livraria sem livros físicos também. Os streamings são as maiores locadoras de filmes do mundo, sem possuírem um único filme físico. O uber é a maior locadora de automóveis do mundo, sem possuir um único carro. Fala-se hoje em uberização da vida.

A tecnologia sofisticou-se tanto que um algoritmo passou a ser mais você do que você mesmo. Foram criados os buscadores digitais que traça o seu perfil de consumo detalhadamente, armazenam todos os dados sobre todos os seres humanos, para incentivar consumo, interferir as escolhas, as ideologias, a “aquisição” do conhecimento. Foram criadas, pessoas que ganharam o apelido sofisticado de influenciadores digitais, que acreditam piamente que influenciam alguém, quando, na verdade, não passam de meros instrumentos, eles próprios influenciados para influenciar. E lógico ganharem fama e dinheiro. Até entrarem em depressão, porque foi necessário criar a “cultura do cancelamento” para dar chance ao aparecimento de outros “iludidos”.

O Google Maps e o GPS conhecem os seus destinos. Sabem aonde foi ou onde está ou gosta de ir. Espere sempre uma oferta deles. Você envelhece; o algoritmo não. Você o alimenta todas horas do dia. Você não lembra o que pediu no Ifood na semana passada; ele sabe. E ainda sugere a comida para o almoço ou para a janta baseado no seu perfil. Em todos os lugares, você preenche dados que abastecessem o sistema. Se comprou a Alexa e congêneres, deu ao sistema até o número de vezes em que assalta a geladeira. Tudo isso é planejado para você ficar refém da internet. Você ainda não sabe, mas o Watsapp sabe que é prisioneiro dele. Já houve revolução, ameaças de morte, depois que um juiz o tirou do ar durante um dia.

Já imaginou um mundo sem internet. A internet não permite que imagine, ela faz tudo, a todo mundo. Vamos fazer um quis:  faz “contas de cabeça”? Lembra o telefone dos amigos? as datas de aniversário deles? O Facebook lembra. Você precisa sair de casa para saber sobre preços e qualidades dos produtos? Afora isso, ouvir música e filmes ficou fácil o Spotify a Netflix “sugerem” a você. Você gosta de fotos, de bancar o idiota, o Instagram todos os dias “sugere”.

O documentário “O Dilema das redes sociais” da Netflix realmente coloca a humanidade diante de um impasse: não podemos ficar com… e não podemos ficar sem… Ninguém se imagina viver em um mundo desconectado um dia sequer. Reunidos ex-funcionários e executivos de corporações como o Google, Facebook e Twitter discorrem sobre a grande distopia do século XXI: “O que a internet pode fazer com o mudo”. Destruí-lo, tal como o conhecemos, é a conclusão óbvia. Quem pensará? Quem não será adestrado?

Esses executivos são contundentes, ao falarem sobre a destruição do humano em nós. Nos bastidores das grandes corporações está consolidada a ideia: Nós somos os grandes governantes por trás dos governos; a mente por traz das mentes; a atitude por trás das atitudes.  Sorria! Você nunca estará sozinho. O Facebook, O Instagram, o Google estarão com você dentro da maior arama do século, o smartfone.  Criamos a internet e agora ela está nos criando.

Pense em o Exterminador do futuro e em 1984 de George Orwell assim entenderá. Em O   Exterminador do futuro, um grande cérebro, que construímos, se revoltou e passou a construir máquinas para nos destruir. Ele toma as rédeas do poder e destrói o próprio criador. Em 1984, de George Orwell, nos coloca de cara com o Big Brother, o olho que tudo vê e tudo controla. Você não tem como esconder sequer seus pensamentos, suas ideologias. Sempre as coloca em algum lugar, aí vem um buscador, e bisbilhota. Conhecimento é poder.

As grandes corporações lucram com a polarização entre a esquerda e a direita, por exemplo, e até a incentivam, para lucrar com um mundo em crise, em que a internet derrubou todas as fronteiras físicas e líquidas. Acreditamos que ela é necessária e uma grande diversão. Não nos enganemos, especialistas em estudar a mente humana, muito bem pagos, habitam cada uma dessas corporações. Inventam sistemas para nos incentivar a consumir o supérfluo, como se fosse absolutamente necessário e assim não pensarmos no que realmente interessa. Quer saber quem é Deus e onde está? Procure no Google. E a ética? O que é isso mesmo? trouxa.

 sábado, 03 de outubro de 2020

2020 – O ANO EM QUE COMEMOS O PÃO QUE O DIABO VIRALIZOU

(O BOCA DO INFERNO DIRETO DO INFERNO)

                Ninguém está preparado para morrer, todo mundo sabe que um dia a morte virá. Ninguém está preparado para o novo, mas sabe que o novo virá. Ninguém está preparado para a surpresa, todo mundo sabe que um dia ela virá. Há sempre a esperança: aquela que ficou presa na Caixa de Pandora. As vezes fica acelerando nosso coração ou esmurrando a nossa “cachola”. A COVID-19 não foi surpresa, cientistas e governantes “esclarecidos” sabiam que ela viria para nos ensinar a nos prevenirmos para outras tantas que se avizinham.

Deveríamos aprender com a felicidade? Sim. Ela existia até março? A gente só conhece a felicidade depois de não reconhecermos o valor de quem o que a motiva. Deveríamos aprender com as adversidades? Muito mais, são os momentos em que estamos mais propensos aos desafios. Bill Gates e os cientistas financiados pela sua Fundação vociferaram: “Haverá pandemias nas primeiras décadas do século XX”, invadimos habitats em lugares inóspitos, domesticamos animais, destruímos nossa biodiversidade, derretemos as calotas polares, onde há vírus sepultados por séculos. O primeiro a gritar, acusado de incitar o pânico, foi amordaçado e enfiado em uma tumba.

Gastaríamos muito menos com pesquisas e ações de prevenção do que com medidas paliativas. Gastamos, em menos de um ano, o que os países gastaram durante séculos. Prevenção não justifica gastos com o conveniente estado de calamidade pública, muito menos angaria votos dos incautos. Funciona da mesma forma que fazer obras debaixo da terra, ninguém vê. A doença mais perversa a estuprar povos nas pandemias chama-se política. Doença leva à submissão; fome leva à submissão; a desinformação leva à submissão; a esperteza leva à cegueira da população e aos cofres públicos. O negacionismo leva os submissos a buscar uma igreja ou a idolatrar o “salvador da pátria” que se serve do fanatismo e da desinformação. Puxar os cordames que seguram os bonecos chamamos de política.

                É preciso nos preocuparmos com a sanidade da nossa insana população. Nós, quem? Nós, os educadores, os profissionais da área de saúde física e mental, as autoridades minimamente decentes detentoras da chave do cofre. E quem cuida de nós, estressados profissionais? Certamente, não será o presidente, que nos chama de vagabundos. Pela primeira vez, sentimos o que sentem os presidiários e os carcereiros. A casa virou um cadeião.

As autoridades que, devido ao currículo escabroso, não têm legitimidade alguma, eleitas à base de mentiras e corrupção, fizeram do país um valhacouto de idiotas. Vale fome em troca de votos. Vale a enganação para desviar a atenção do que realmente interessa. E o que realmente interessa? O que é decidido na calada da noite nos porões, o que impingido à custa de fanatismo. O esconderijo atrás do cenho franzido de matador.

A pandemia obrigou nossa “civilização” criada à custa dos privilégios dos ricos e desigualdade para nossos filhotes se reinventarem. O problema é que não os ensinamos a se doar, só a acumular. Os pais são “amiguinhos” dos filhos ou “seus protetores” – o meu filho tem tudo o que eu nunca tive. E o que ele aprendeu a conquistar? Sem acesso aos desejos de consumo, sofre de ansiedade ou de depressão. A cultura do imediatismo recebeu algemas do inimigo invisível: um vírus.

                Adubou-se a pobreza financeira e intelectual com escravidão há décadas. Os alunos da escola pública querem estudar, mas não há internet; os que têm a internet, não querem estudar. Há as exceções? Ridículo, precisarmos de exceções. Não nos iludamos: realmente há muitos que não se adaptaram às novas metodologias de ensino via internet. Então, mudar de planeta não será uma má ideia. Esse tipo de coisa veio para ficar, como o papel higiênico, por exemplo.  Outros estavam apenas de corpo presente nas aulas presenciais. No Brasil só se estuda para passar no vestibular. E quanto mais rápido, melhor. Em qualquer faculdade. E o mercado? Ah! “eu se viro”. Nunca para saber, só decorar. Criamos a geração dos depressivos e ansiosos devido ao excesso do tudo e ao excesso do nada. Um povo com imensa incapacidade de discernir.

                O que se faz hoje no mundo seria facilmente enredo de filmes pornográficos: negacionismo, sujeição às grandes potências, que estupram sem dó, venda da ilusão de uma vacina milagrosa. Invenções submetem os emergentes, que nunca emergirão, afinal capachos nunca saem do chão. Choramos, esperneamos, invadimos as ruas, as garrafas, afogamos as mágoas, contudo continuamos cobaias presas na gaiola do servilismo. Não somos da época do risco e sim da do arrisco. Foi o ano que nos mais desafiou, o que mais nos ensinou, o que mais nos surpreendeu, o que mais nos empurrou contra a ponta da faca. Aprenderemos? Ou sucumbiremos mais uma vez? Como sempre, corremos para as farmácias ou nos escondemos debaixo da cama. Não há remédios salvadores e vírus cai no chão. E agora? Nos preparamos para 2021 ou apenas o esperamos chegar com sua foice de verdugo. Nossa sina é nos autodestruir até não mais parar? Ridículo: o fogo fomenta o capital, que fomenta a fome, que fomenta a ilusão, que fomenta a burrice, que fomenta a submissão. Nunca aprendemos. Com tantos interesses escusos por trás das enfermidades e das práticas safadas, não aprenderemos jamais.  

 terça-feira, 22 de setembro de 2020