Você Estudou???…. Bem Feito!!! Corre riscos

TEXTO LONGO, MAS DIVERTIDO. PELO MENOS PARA MIM…RSRS

Você Estudou???…. Bem Feito!!! Corre riscos

(O BOCA DO INFERNO – DIRETO DA PROVA DOS NOVE)

O triunfo das nulidades:

Se você for Membro da Comissão de Educação e Cultura do Congresso. Se, no1º discurso, atacou seus pares, chamando-os de corruptos e, por culpa deles, abandonaria a vida pública o que, de fato, jamais aconteceu, ao contrário se recandidatou a deputado. Se você acrescentar a isso o fato de se apresentar como palhaço, para encarnar o voto de protesto, poderá se tornar um Tiririca, perceber R$ 111.675,59 de verba de gabinete + 33.763 de salário e 4.253,00 (auxílio moradia), apresentar apenas 4 propostas legislativas e nenhuma ser relatada. Antes que alguém proteste, não faço qualquer menção ao grau de alfabetização, para e pense sobre quem é analfabeto político: “Ele já foi o deputado mais votado do país”, encarna a “esperteza” brasileira.

Se você for um fenômeno no futebol e der a sorte de o presidente da Academia Brasileira de Letras, aquela mesma fundada por Machado de Assis, ser torcedor fanático do seu time, corre o risco de ser tratado como “doutor” e “filósofo. Ronaldinho Gaúcho, o Aristóteles dos trópicos, foi condecorado pela ABL. Recusou o título de “doutor”, porque ninguém é de ferro. Poderia ser condecorado pelo grau de “espertasa”. Foi preso com um passaporte falso “no Paraguai”. Antes que alguém me acuse de preconceito, somos todos preconceituosos. Todos acreditamos que o Paraguais é o paraíso da corrupção. A após quase seis meses preso junto com o seu “esperto” irmão Assis, pagou R$ 1,1 milhão e voltou ao Brasil. Um professor não ganhará essa quantia durante toda a sua vida dedicada ao magistério.

Se a funkeira Valesca Popozuda pode ser considerada grande pensadora contemporânea em uma prova de filosofia de uma escola de Taquaritinga, você poderá decorar algumas frases das músicas dela para demonstrar que possui grande repertório cultural na prova do ENEM. Se utilizar “bem” os “versos” na prova de redação, corre o risco de tirar nota 1000 e ser condecorado pela ABL. Será considerado “filósofo” e “doutor” prodígio e poderá ensinar, na internet, como candidatos podem decorar o seu “modelo” infalível.

Se você não gosta de andar na esteira treinando a expressão “Nunca na história desse país”, muito menos de ler livros, porque é muito chato e, pior, passar oito anos no Palácio do Planalto, sair surrando a língua portuguesa, tanto quanto entrou. Se você se convencer de que é o “Filho do Brasil” (um Cabral do século XXI) e, por isso, estar acima do bem e do mal, “um ser messiânico”, tem grande chance de se tornar presidente da república.

Se você for capaz de formular uma frase tão idiota, quanto esta: “Como eu estava solteiro na época, esse dinheiro do auxílio-moradia eu usava para comer gente” (2018), diante de uma repórter, com o intuito de parecer engraçadinho. Se você homenageia torturadores em votação na câmara. Se acha que o efeito colateral de uma vacina pode transformar um doente em um jacaré. Se você ganhar o epíteto de “mito” e, pior ainda, acreditar nisso, poderá também se tornar presidente da democratura do Brasil.

Se você creditar que é dono de uma vacina, que pode deter uma pandemia, pode virar um engomadinho governador. Se você for militar especializado em logística e não souber sequer o que é o SUS, poderá se tornar sinistro da saúde. Se você xingar os brasileiros de “canibais” em trânsito. Se você escrever “insitaria”, ao invés de incitaria, “paralização”, ao invés de paralização, surrar a gramática cometendo seguidos “discordância”, pode se tornar “sinistro da educação”.

Se você não se assustar, digamos, com “versos” como estes: “Debaixo do cacho tô querendo bis / Tambor toca em todo país”, pode ir para Goiânia, achar outro doido e montar uma dupla sertaneja, será endeusado e ganhar milhões. Se você conseguir cantar coisas como essas e nem ficar com vergonha: “E diga o que ela significa pra mim / Se ela é um morango aqui do nordeste / Saibas, não desisto, sou cabra da peste / Apesar de colher as batatas da terra / Com essa mulher eu vou até pra guerra”, tem grande chance de ganhar um Grammy Latino, não confundir com latindo, ficar milionário com uma “música” totalmente destrambelhada e ganhar uma “grana legal” e ir parar no Domingão do Faustão.

O piso salarial dos profissionais da rede pública da educação básica, em início de carreira, foi reajustado em 12,84% para 2020, passando de R$ 2.557,74 para R$ 2.886,24.

A média salarial nacional do professor, de acordo com a consultoria Catho, ganha, em média, R$ 1.800.

Essa média leva em consideração professores de diferentes níveis de escolaridade, segmentos e regiões do país, sem especificar a carga horária. No entanto, é possível verificar que alguns profissionais podem receber um salário mais baixo, enquanto outros alcançam remuneração acima da média. Veja alguns exemplos:

Média salarial nacional de professores por nível

Professor da Educação Infantil: R$ 1.753

Professor do Ensino Fundamental: R$ 1.862

Professor de Ensino Médio: R$ 2.069

Professor de Ensino Técnico: R$ 2.132

Professor Universitário: R$ 3.504

Professor de Ensino a Distância: R$ 2.439

Moral da História:

Os professores ganham pouco, porque só servem para ensinar coisas inúteis, como ler, escrever e pensar.

Como diz o grande filósofo e jornalista Zé Simão, presidente do partido escrachado PGN, O “Regresso nacional” pode ser visto assim.

1. Se gradear, vira zoológico.

2. Se murar, vira presídio.

3. Se cobrir com lona, vira circo.

4. Se puser luz vermelha, vira puteiro.

5. Se der descarga, não sobra ninguém

Sugestões:

Grade curricular alternativa, já que a oficial não funciona:

a) História: Como entrar para o Museu da corrupção e ser reprovado pelo Portal da Transparência Brasil. (aulas com qualquer presidente do Brasil).

b) Ecologia: Como destruir ecossistemas e desmantelar órgãos de controle de fiscalização: aulas com o econologista e especialista em boiadas, sinistro do meio ambiente.

c) Filosofia: Involução do “pensamento” das “Celebridades”: aulas com influenciadores digitais no Instagram.

d) História: Como foder um país sem passar vaselina: aulas com presidentes, vereadores, governadores, deputados, senadores, presidentes (podem escolher)

e) Matemática: Multiplicação Fraudulenta do Dinheiro de Campanha política. Cálculo Percentual de Comissões e Propinas. Técnicas de “Como Fraudar o Fisco” e não ser preso. “Como Abrir Empresas-Fantasma”. “Como Aliciar Laranjas” e ninguém descobrir o roubo. Como multiplicar seu bem patrimonial em 20x em apenas quatro anos: aulas com políticos e empreiteira.

f) Português e Literatura: presidido por Lula, quem detesta esteiras, mas é obrigado a perder umazinha, renegando os livros.

g) Biologia, Física: Pra quê?

h) Química: Como transformar um país numa merda: aulas com qualquer presidente da república.

i) Educação Moral e Cívica: Como ler o Manual do Guerrilheiro extremista, como criar “fake news”, como entrar para o gabinete do ódio: estágio com Trump e aulas com um políico que perdeu 35 mil votos no Rio de Janeiro.

Precisamos de alguma coisa para salvar essa merda?

Sim… do seu voto!…

 segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

MUNDO, MUNDO, VASTO MUNDO

(O BOCA DO INFERNO – DIRETO DO SUBMUNDO)

Comprei um cachorro. Parecia um gato. Perguntei ao vendedor, a dúvida o assaltou. Desfilou um “achismo” destrambelhado. Fiquei surpreso com a burrice. O amarfanhado, com cara de sabichão, questionou: “Foi pego em qual gaiola?”. Respondi: “Na do meio, acima das outras”. Era um gato, com certeza. Argumentei que não parecia. Ele, que seria capaz de vender a alma na 25 de março, disse: “Então, era um cão”. Aproximou-se o que quem tinha cara de metido a entender de mal entendidos: Dane-se se for gato ou cão, a gaiola estava no meio”. Eu, na minha santa ignorância, comprei “gato por lebre” ou, na verdade”, “gato por cão”. Gato é esperto no seu silêncio; cão é fiel a um biscoito com afagos. Jurava eu que era um cão. Ronronava como um gato. Lambia-se como um gato. Aconchegava-se como um gato. Pulava como um cão, queria biscoitos como um cão, talvez sofresse de crise de identidade. Não gato ou não cão. Voltei ao PET. Ninguém soube me dizer o que, de fato, era aquele ser. Dócil era. Olhar fingido. Olhava não olhando como gato, marcou seu território, que ninguém sabia qual era, como um gato. Se fosse só cão, faria xixi em cada canto. Seria dono de coisa alguma como um cão, achando-se dono de tudo.

Homens adoram teses, achismos sobre o nada absoluto, enchem o peito para falarem o óbvio ululante, para se sentirem importantes. Nenhuma tese emplacou. Gato ou cão? Nem gato, nem cão. Atacava com silêncio e rancor, recuava com o corpo esmagado no chão e cara de piedade. Ao se meter no meio dos outros cães e gatos, olhou-os como se os cheirasse, cheirou-os como se os olhasse.

Chegou a casa com pose de cão e cara de gato. Eriçou os pelos, ameaçando-os habitantes, como um gato. Eram muitos. Recuou aos saltos como um cão. Eram em número bem maior. Todos se chegaram a ele passo a passo. Ressabiados. Estufou o peito. Roncar alto. Ou usar a força do verbo. Covardia jamais. Os gatos achavam que era um cão, os cães acharam que era um gato. Cochichos daqui. Sussurros dali. Daí para a fofoca, foi um pulo (força de expressão): Transgênero? Transgênico? Assexuado? ET? Quem era? O que era?

Ora defendia os fracos; ora se aliava-se aos fortes. Descobriu-se, que, quando lhe interessava, virava gato. Quando interessava aos outros, virava cão. Crise de identidade? Crise de maldade? Crise de bondade? Ou pura manipulação?

O mundo dele é peculiar, pendular: ora aqui, ora ali; ora de um lado; ora de outro. Depois de um tempo, todos o amavam, aconselhavam-se com ele. Quanto mais o tempo passava, mais dependiam dos seus conselhos; quanto mais se confessavam, mais guardava os segredos. Quanto mais os acobertava, mais os subjugava. Conselho é excelente moeda de troca. O pecado é a pior das dívidas. Como não era nem um, nem outro ou os dois, os bichanos o chamaram para a revolução contra o excesso de biscoitos dos cães, foi disfarçado de gato; os comedores de biscoitos o convocaram para a revolução contra o excesso de ração para os gatos. Foi vestido de cão. Na hora do vamos ver, traiu os dois, alegando gostar muito dos dois grupos, alegando que um mau acordo é melhor que qualquer demanda. Quem o cobraria? Nenhum dos dois ou os dois? Ao final e ao cabo, rendeu-se às evidências: não era nenhum, era os dois.

Moral da história: “Quem só vê aspecto, não vê distinção. Não tem dono, nem coração”.

 sexta-feira, 11 de dezembro de 2020

SOCIEDADE – UMA LOJA DE SAPATOS

Lucas Paris (professor de humanidades do Curso Criar Redação)

Há pessoas que possuem senso; há outras que possuem senso e sensibilidade; há poucas que detêm senso, sensibilidade e resiliência; há muitas pessoas que detêm senso, sensibilidade, resiliência e alteridade. Essas sim são as imprescindíveis. Existem para tornar a individualidade multidão, lutar contra os que creem incorporar a doutrinada razão, ensinando-os a praticar a aceitação. Obama portou um slogan emblemático: Sim, nós podemos. Sim podemos construir uma sociedade plural, tolerante, que até pode ser injusta, jamais assassina de peles, credos, gêneros, classes sociais: Todas as vidas importam.

Uma das cenas mais impactantes da história: milhares de sapatos empoleirados de judeus carbonizados nos fornos de Auschwitz. Imaginar que já houve pés dentro deles traz aquela sensação de vazio atroz: “descarnação”, “desrazão”. Uma mórbida loja, testemunha implacável, carimbada nas retinas, tatuada nos cérebros dos que a revistam. Seres, quase humanos, saem de lá não suportando tamanho peso da história, resumo primaz da intolerância humana: o genocídio.

Residem, nos nossos dedos, diferenças. Residem, nos nossos olhos, semelhanças. A maior das necessidades humanas, viver em sociedade: a igualdade na diversidade. Partes do mesmo corpo: lado esquerdo, lado direito. Um só coração. Sempre cremos que, em algum momento, pertenceremos a uma maioria, no entanto só seremos maioria, quando estivermos sós. Na época da burrice radical, decepar um braço, uma perna à custa de manipulação, pode ser um erro gritante: não há inocentes.

Viemos do mesmo barro, mas com tonalidades diferentes. Isso não nos faz brancos, porque fomos tirados do forno antes da hora, nem pretos, porque fomos deixados lá mais tempo. Praticar a resiliência, a empatia, a alteridade, isso é reconhecer-se, para transformar. Os indivíduos não entendem que precisam dos outros para existirem. Os massacres mais horrendos da história vieram a bordo de uma enormidade de preconceitos e atitudes caninas: Não consigo respirar, em um mundo sem trocas, #Metoo.

Luther King alertou: Nunca se esqueça de que tudo o que Hitler fez na Alemanha era legal. O Pastor nunca sonhou com a igualdade e sim oportunidades: brancos e negros sempre serão diferentes, tanto quanto homens e mulheres. Uns precisam se colocar no lugar dos outros, viverem o que os outros vivenciam, perceberem a intransigência das bocas, o silêncio irônico dos olhares, nos dedos em riste, nos punhos acusatórios.  “Imagine” Imagine todas as pessoas / Partilhando todo o mundo.  “Imagine” um mundo idiotizado / mundo em que as pessoas não sonham / não se veem / uma loja de sapatos/ cada um vê só vê exclusivamente a si / apenas o próprio pé.

 terça-feira, 27 de outubro de 2020