DEGOLA
Você, meu caro aluno, está para entrar na fase mais complicada da sua vida, caso vá prestar vestibular. Se está no 3º ano do ensino médio, convém lembrar que terá horário de executivo de multinacional: conciliar as provas da escola com alguns cursos extracurriculares (para obter algum diferencial) e uma dose cavalar de matérias exigidas pelo currículo escolar. Se estiver no cursinho, está no “limbo”, nem está no terceiro colegial, nem na faculdade, então raramente escolherá a faculdade, geralmente deixará que a faculdade o(a) escolha. (hora do desespero, da pressão). Terá também que conciliar a dose cavalar de matéria com o “peso” de não ter conseguido a vaga na faculdade. Verá cobrança até nos olhos do cachorrinho, mentirá você mesmo, dizendo que o seu problema foi auto cobrança, que não passou por 1 ponto.
Você, meu caro vestibulando, está para entrar em um ano contraditório: se, por um lado, ele voa, porque, nem se o dia tivesse 30h, daria tempo para estudar tudo; por outro, anda como uma tartaruga, porque parece que chegará o carnaval de 2020, mas não chegará o dia da prova. Vem aquela sensação de que não sabe nada, junto com o frio na barriga. Lembre-se do senso comum, que não é comum para vestibulando: Quem vive de passado, é depressivo; quem vive de futuro, é ansioso. Então, neste solene momento, sinto lhe dizer: você tem 50%, os outros 50% dependem de você. Lembre-se também de que qualidade, nada tem a ver com quantidade. O mesmo medo que tem dos concorrentes, eles têm de você.
Neste ano, só se dará bem, quem criar a melhor estratégia, levando em consideração suas limitações. Cuidado: Ela depende do seu tempo disponível, (praticar atividade física aeróbica), comer bem (não muito, mas selecionando), dormir bem (o sono ensina), mantiver uma rotina de estudos (não adianta estudar pensando em quantidade, mas na qualidade das horas). Pense: quantas horas você estuda sem enrolar? Consegue fazer pelo menos uma redação na semana e corrigir? A regularidade é fator crucial para conseguir a tão sonhada vaga no vestibular.
Já dei aulas para alunos que prestaram os maiores e mais difíceis vestibulares do país, estive em equipes de corretores de várias provas, sou proprietário da maior escola de língua portuguesa e redação do país, tornei-me consultor para grandes veículos de comunicação, especialista em vestibulares para capacitar professores. Digo isso, não para me auto elogiar, mas para que você compreenda que, quem escreve esse texto, não é nenhum “achista”, mas um profissional que, há quarenta anos, acompanha todas as mudanças que o processo educacional e os vestibulares sofreram.
Agora, há um outro lugar no mundo que irá fazê-lo(a) esquecer tudo o que passou para chegar lá, a universidade. Viverá o melhor período da vida: todo mundo está no mesmo barco, abrem-se novos horizontes, aprende-se demais fora da sala de aula, passa a ter um novo olhar sobre tudo e todos. E há as festas, é claro, que ninguém é de ferro. Feliz ou infelizmente para você, terá que “escrever” e “pensar”. Essa bagagem terá que levar consigo. E não há modelos. Quem vai se dar bem, são os criativos. Os que conseguem estar sempre um passo à frente. Assim se deram bem grandes profissionais.