Não entendo mesmo
(O Boca do Inferno – Direto do bolso de um safado qualquer)
15 de abril de 2017
Meus caros, ponderem comigo:
Se todos os denunciados por corrupção afirmam, entre quase lágrimas e quase riso, diante dos microfones ou correndo deles, que apresentaram todas as contas e doações das suas campanhas eleitoreiras ao Tribunal Superior Eleitoral, que as considerou corretas e as aprovou, mas elas não estão corretas e, portanto, não deveriam ser aprovadas, já não passou da hora de investigar o Tribunal Superior eleitoral? Alguma coisa não está funcionando. Hoje saiu a notícia de que o STF não tem estrutura para julgar tantos processos. Seria isso?
Ah! Mas existe o caixa dois. Todo mundo sabe que ele existe desde antes da invenção do Código de Hamurábi. Não criaram nenhum mecanismo de investigação. Isso parece brincadeira, então.
Você diria, desconfiado leitor: “Não cabe aos juízes investigarem”, no entanto cabe a nós, idiotizados e perplexos eleitores, pelo menos, suspeitar, já que andamos suspeitando até da fidelidade do nosso cachorro. Alguns andam correndo em direção ao osso maior.
A democracia não funciona assim, o cidadão não tem o direito de perguntar? Ou ainda estamos, como sempre estivemos, numa “democratura”?
No Rio de Janeiro, a “Operação Quinto de Ouro” (quem é o sujeito que dá nome a essas operações?) pegou de calças arriadas o presidente, quatro conselheiros e um ex-conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio (TCE-RJ), na gestão Sérgio Cabral.
Desculpem a minha ignorância jurídica: quis apenas perguntar.
Por Luiz Cláudio Jubilato. Educador e diretor do Criar Redação. Professor e especialista em Língua Portuguesa e especialista em vestibulares. criarvest@uol.com.br