REFLEXÕES DO PROFESSOR ÓBVIO

(O BOCA DO INFERNO – DIRETO DAS PÁGINAS DE UM “HD” EXTERNO)

Gerar: ato de criar vida / fazer nascer / procriar.
Geração: efeito de gerar / função pela qual um ser produz outro semelhante.
Olhem o que estamos fazendo com a nova geração, entre os 18 e os 25 anos! O que mais odiávamos, quando fazíamos parte da “Nova Geração”, era sermos rotulados.
Rótulos do produto por nós lançado há pouco no mercado de autoflagelação: Geração Z, Milenials, Canguru, Mimi, Silenciosa…
Carregar uma pecha é como viver enjaulado, o indivíduo perde a noção de dignidade, de individualidade. Passa a fazer parte da gangue dos tatuados, mesmo que sua tatuagem seja diferenciada, personalista, criativa.
No dia em que investirmos em ensino, talvez consigamos transformar ensino em conhecimento, transformar conhecimento em educação. E, a partir daí, nos transformarmos, nos reeducarmos para poder educar.
Estar sozinho com um jovem não significa lhe dar um tratamento individual, significa apenas tirá-lo do bolo, da massa, para, muitas vezes, aplicar a mesma fórmula ou a mesma pena que aplica a todos.
Ouvirmos o aluno, o jovem, creio ser a melhor maneira de construir um processo de ensino criativo. Precisamos urgente enterrar a nossa soberba de ensinadores, magos que podem sacar uma varinha e resolver tudo.
Ninguém ouviu a minha geração, deu no que: deu nessa coisa amorfa, nessa coisa toda remendada, complexada, a que chamamos de processo educacional.
Mas, não é só ouvir, é também provocar, descobrir os talentos, as particularidades, mas também criar estratégias para não matar o senso de comunidade.
Talvez assim paremos de estimular essa confusão entre aluno e filho, família e escola; de manter essa máxima determinista de que “filho de peixe, peixinho é”.
Agora, o partido “sem partido” quer criar a escola sem partido. Fatalmente, repetiremos a pecha que recebemos, quando éramos jovens, de “geração alienada”, a que deixou esse mundo devastado, onde são escritas muitas leis, são convocadas várias conferências, mas não se chega a lugar algum.
“Como nossos pais?” Não. Boa parte desses jovens invadem escolas para fazer, na prática, o que os a maioria dos pais condena e a minoria apenas aplaude de longe, muito longe, faz seus discursos filosófico-sociológicos, mas não enfiam a mão na merda.
Esses filhos jovens alunos não têm partido, na maioria das vezes, têm uma “causa” suficientemente forte para lutar por ela.
Não esqueçam meus novos “velhos” amigos, professores: uma avaliação, avalia o aluno, mas também o professor; criador e criatura. Nunca fomos bons alunos, então que aprendamos…

 sexta-feira, 21 de outubro de 2016