VOU-ME EMBORA PRA MACHU PICCHU

VOU-ME EMBORA PRO MACHU PICCHU
(O BOCA DO INFERNO – PENA, SACANIEI BANDEIRA)

Vou-me embora pra Machu Picchu. Lá não conheço o rei. Não votei no Ollanta Humala. Não sou bolivariano. Não sou, nem nunca serei. Socialismo bolivariano é uma praga transgênica que infesta esta América Latrina. Paparicada por chefes de estado, políticos, até pelo Gil, Chico e Caetano. Essa gente não me engana, adora uma ditadura, funharam até uma organização para ressuscitarem a censura. No Brasil, há muito, não sou feliz. Nos Andes respirarei ar puro, cuidarei da minha sanidade e, principalmente, do meu nariz. Não existe Aécio, Dilma, nem Marina. Votar, de quatro em quatro anos, no candidato menos pior, é a nossa sina. É como conviver, dia a dia, com uma chacina.

Vou-me embora pra Machu Picchu. Aqui eu não sou feliz. Lá não há sapos barbudos fazendo lista para investidores “bancarem” os projetos suicidas do “amigo” Eike Batista. Não há uma Petrobrás falida vendendo a balela da riqueza do petróleo extraído do pré-sal! Do mesmo jeito, o ministro amanteigado nos empurra pela goela estatísticas maquiadas, por isso mergulhamos numa crise abissal. No Peru faz muito frio, mas é melhor isto, do que esta estúpida sensação de impotência e vazio. Com a Copa do Mundo, o Brasil posou de milionário. O povo, empurrado para o esgoto da saúde, posou de otário. Agora quero ver patrão pagar e operário receber salário.

Vou-me embora pra Machu Picchu. Aqui o capital financeiro impõe a tortura. Impõe a nós eleitores, moradores, a velha e escancarada democratura. Como nós, o Peru (piada pronta) cresce para baixo. Por essas e outras, o povo, guiado por Humala, anda cabisbaixo. O Peru (piada pronta) endureceu. A situação matou a oposição. No Brasil, o regime amoleceu. A oposição não existe há muito tempo. Diante de votações fruto de conchavos escandalosos, emudeceu. O eleitor brasileiro não quer ir às urnas cansado de factóide atrás de factóide. O candidato, seja ptista, psdbista, pmdbista ou  psdista, o trata sempre como debilóide. Ninguém aguenta mais essa campanha política, com denúncias idiotas em profusão. Ninguém suporta mais tanta podridão. o ridículo acompanha o político.

Vou-me embora pra Machu Picchu. Aqui me sinto covarde. Todo partido em quem votei, nos últimos anos, preferiu fugir para mandar nas sombras, como a Camorra e a Cosanostra, sem fazer alarde. A “presidenta” Dilma ajudou o Brasil a virar este anão diplomático. Além disso, fez deste anão um monstrengo econômico estático. Nos Andes estarei no topo do mundo, no meio do vendaval, porém não serei mais vítima de um estupro eleitoral. E ainda há o Alkimin, O Skaf e o Padilha. Seja lá qual deles vire governador, teremos caído numa armadilha. Marina é perigosa, com seu coque crente e cara chupada. Seu partido já rachou comprado, abandonando-a é a deixando acuada.

Vou-me embora pra Machu Picchu. Aqui virei massa de manobra. Um ser que acha que sabe, não sabe que não sabe, mas a quem a receita federal não dá trégua, cobra. O governo justifica a construção de um porto e outros investimentos em Cuba, por uma questão humanitária, deve considerar, então, que a fome no nosso país é uma questão hereditária. Importa médicos de lá, sem nenhum pudor. Empurrou os problemas da saúde brasileira para os médicos brasileiros, contando com a Copa do Mundo e o torpor do torcedor.

Vou-me embora pro Peru. Espero que lá os registros nos cartórios tenham autenticidade. Os pseudônimo-revolucionários fujam para Cuba, para trocar de identidade. Fazer operação plástica, retornar ao país para lutar contra a “velha Política” cornelista, nepotista, paternalista, corporativista. Onde estava, até ontem, esse ser idealista? Na cadeia, onde há “companheiros” a perder de vista. Viu, gostou e se lambuzou com essa “velha política” corrupta e corruptora, em nome da tal governabilidade. Na verdade, isso é desculpa para negociatas às escondidas  para comprar votos e manter a mentirosa estabilidade.

Vou-me embora pra Machu Picchu. Lá não serei cabo de Ollanta, o rei. Não sou, nem nunca serei. Aqui, nem por um vintém, serei cabo eleitoral de certas malas: nem do Aécio, nem de Dilma, nem de Marina, nem de Serra, nem de Padilha, nem de Alkimin, nem de Skaf, nem de Pimenta, nem de Pimentel, nem de Anastasia, nem de Kassab, nem de ninguém. Para chegar lá, pode até ser longa a viagem. O bom é que nas alturas, não há políticos especialistas em maquiagem. Não há ex-governadores posando de galãs, quando não convencem indecisos eleitores, sequer suas supostas fãs. O “mensalão” de Minas tinha à testa o senador Azeredo. Absolvido, virou sinônimo de azedo. O de São Paulo tem linhas cruzadas com empresas estrangeiras. Nós, os usurpados, cansamos de tanta sujeira. O do PT, segundo Lula, nunca existiu. Este é o retrato surrealista de um país chamado Brasil.

 domingo, 31 de agosto de 2014