Parte 4: continuo na minha função inglória de Jack, o estripador. Vou, mais uma vez fatiar o texto.

PT OR NOT PT: THAT IS THE QUESTION (depois de passar por todo o nosso complexo de vira latas, chego ao PT).

Hulk veio viver nas favelas cariocas, uma espécie de esgoto do mundo, de onde fugiu rapidinho, antes de ser picado por um Aedes Aegypte desavisado ou escorrer por um bueiro com a lama que desce do morro e aí sim, ficar verde, de fato, pelo resto da vida. Os velozes e furiosos também desembarcaram nessas plagas. O negócio deles é usufruir da nossa absurda guerra urbana, afinal todos os países, ditos desenvolvidos, quando não aplaudem uma guerra terceiro-mundista, fabricam uma para se divertirem com os nossos tortos mosquetões. A piada pronta fica para o dono do filme, um tal Vin Diesel. Escolheram o Brasil, não por acaso, afinal em qual lugar do globo da morte poderiam despejar sua fúria veloz, montados em carrões em disparada por becos imundos, como se praticando roleta russa? O Brasil é um beco divertido.Um país com o qual ninguém se importa, muito menos seu povo covarde: vítima da vitimização atávica. Nossa guerra urbana mata mais gente no trânsito, que os países em guerra bélica. Pobre de nós, não é? Vamos lá, carregando a nossa cruz. Somos apenas cenário. Quer ver?

Silvester Stallone veio para se associar à bandidagem dos morros: queria escobrir talentos, afinal segurar uma pistola, um fuzil, exige talento, sangue frio, espírito de porco, desprezo por tudo, inclusive pela própria vida. O cenário e os otários não podiam ser mais esdrúxulos. Arrumou até uma atriz para gritar durante as cenas. De ação? De comédia pastelão? Stallone fez imenso barulho durante o dia, contudo, tal como no seu filme, se é que podemos apelidar aquela besteira de filme, atacou na calada da noite. Fugiu. Deu cano nas produtoras independentes. Não foi à toa que deu àquela bobagem em celulóide o título de “Os Mercenários”. Matou, matou, matou com a sua boca torta. Reinventou a porcaria,(com um monte de atores?) … (de terceira, quarta, quinta…linhal. Mas, são americanos, né? E matou, e matou e matou. E fugiu, e fugiu, e fugiu… sempre na calada da noite. Catapultou sua claudicante carreira às custas da nossa submissão americanófila repetida como doença venérea em puteiro de quinta. Somos especialistas em autopunição. Deus realmente é brasileiro. Brasileiro se tornou especialista em ressuscitar. Ressuscitou até Jean Claudete Van Damme! Pense numa outra coisa absurda, cujo apelido é os “Turistas”, no qual jovens burgueses americanos vêm morrer estripados no meio da floresta tropical. O vodu, sempre ele, até em “9/2 de Amor”(outra imensa bobagem,com atores em fim de carreira), a nos sacanear. E olha que aqueles jovens doidões nem passaram pela tórrida delícia de serem torrados num microondas pelos traficantes no alto do morro. Nem enfrentaram nenhuma faca na caveira. O BOPE nos salvará. Precisamos de uma Tropa de Elite para nos salvar de nós mesmos.

(CONTINUA AD INFINITUM)