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(O BOCA DO INFERNO – 23/5/14)

 

“Papagaio de pirata, de tanto imitar, por imitar, a consciência desidrata”. Eu (o Boca do inferno, genérico)

 

Nunca fomos dominados, carnavalizamos a dominação. Jamais nos ajoelhamos perante a essa maldita condição. Sempre fomos achacados por piratas, tiranos, caudilhos, coronéis, caciques, países dominadores de todas as matizes. Todos foram apeados do poder ridicularizados  por cada um dos seus deslizes. Cruéis invasores, donos das, proprietários do petróleo, do gás, dos homens, da economia. Arrogantes xerifes da liberdade confeccionando seus ardis. Não foram expulsos por nossos exércitos mal treinados com seus caquéticos fuzis.  O imperador, por exemplo, pegou seu vapor e, já velhinho, melancólico, foi morrer na Europa. A República foi arrancada dele a fórceps, mas a jogaram no colo de um tal Deodoro da Fonte seca, um completo e perfeito idiota. Logo se em seguida, a república da espada nasceu desembainhada por um certo Floriano. Camuflado sob pele, vivia arraigado, mais um energúmeno tirano. O mandatário se mantinha, em conveniente silêncio para parecer inteligente, na verdade não passava de mais um demente. Também foi deposto. Você se cansará de ver e ouvir na nossa história esse verbo composto.

Minas e São Paulo, a reboque de acordos espúrios, fundaram a república do café com leite. Metidos a espertos, criam na falácia de que trocar a tirania pelo populismo era o grande massete. Prestes armou uma coluna, a soldadesca armou-se no forte de Copacabana, A Semana de Arte Moderna juntaram nacionalismo, com armas, morte e arte contra as oligarquias. Por quê? Porque criam na possibilidade estripar os donos desse país algum dia. Os oligarcas estremeceram dentro de suas calças, contudo, como camaleões, vestiram fantasia de freira, senão tomariam o mesmo caminho do fundo do poço como tantos outros monarcas. Paulistas pegaram em armas contra mineiros e gaúchos na busca desenfreada pelo poder. Filhos, pais, mulheres, maridos, brasileiros jogados, uns contra os outros, numa imbecil batalha. Coitados, cavaram suas covas sem entender nada. Os gaúchos e mineiros venceram(?) a luta. Os donatários dessas três capitanias deixarão para os que sobraram a parte podre da fruta.

Getúlio Vargas, ditador, caudilho, populista, com seu discursos, os revoltosos acomodou. Ricos e pobres, com seu discurso nacionalista, enrolou. Foi apoiado pelo partido fascista e até comunista, a esses subornou. Amigo de Hitler, Mussolini, Peron, Franco, Salazar, Hiroíto. Cria que seu poder chegaria, um dia, ao infinito. Fundou o sindicato caricato. Nunca imaginaria que um deles, forjaria, nas greves do ABC, um sem dedo, um Silva. Líder nato. Justamente ele seria o paladino contra a ditadura. Getúlio criou também a CLT. Fundou um partido populista, o PTB. Combatendo-a, nasceria, uma mentira, apoiada pela burguesia e os “intelectuais uspianos”, o PT. Terminada a segunda guerra mundial, os EUA depôs o “o pai do povo”. Ele voltou quatro anos depois, derrubou Dutra e tomou o poder de novo.

Vomitou denúncias contra Vargas, Lacerda, o corvo. O caudilho suicidou-se numa carta, contando entrar para a história, só não contava com a curta memória do povo. Seu legado para o Brasil foi a praga do populismo. Essa praga mergulhou esse país constantemente num enorme abismo. Até hoje os trabalhistas exploram sua imagem. Para a novas gerações, essa imagem não passa de uma miragem. Abraçaram e dançaram com essa praga, Juscelino, Jânio, Jango. Todos eles juntos dariam um enredo deplorável para um tango.

O primeiro construiu Brasília, a capital com o capital mundial. Agora, transformada numa ilha, por ela circula o escuso capital mundial. Todos eles, cada um a seu modo, vendeu o país ao capital mundial. Os militares endividaram tanto esse país que o capital mundial passou por nós como um vendaval. Criamos o tal voto de protesto, elegemos Eneas, Clodovil, Tiririca e até o rinoceronte cacareco. Nenhum dominador ficou parado na nossa frente por muito tempo, despencou, como uma criança, ridículo como um boneco. Nunca fomos passivos. Somos lascivos. Nossas riquezas e nossa “burrice” são alvos de disputas. Comportam-se como nossos cafetões explorando putas. Ao serem  enganados…

(CONTINUA – VOCÊS NÃO TANTO ODIARÃO O PRÓXIMO TEXTO. A COPA VEM AÍ, NÃO VAI DAR TEMPO)

 segunda-feira, 26 de maio de 2014