A SAGA DO COMIGO NINGUÉM PODE II

Parte 2: A LENDA DO SAPO BARBUDO – NUNCA NA HISTÓRIA DESSE PAÍS

 

(O BOCA DO INFERNO – 1/5/14)

 

Ganhei de todo mundo junto, sem pestanejá. Dei uma de artilheiro na final. Na cara do gol, enfiei o canudo e a bola entrou. Levantei o troféu na cara do sigla de inseticida, do marajá, que caçava marajá e tinha me sacaneado na eleição. Veado. Saiu pela porta dos fundos. Burro. Metido a nordestino. Ferrô os nordestino. Se fudeu. O do massacre da serra elétrica se fudeu tamém. O padre, cum jeito de chuchu, dançou que nem peru em véspra de natal. Bibi os defunto de um trago só. Meti a bola na gaveta, onde a curuja dorme. Juntei us cumpanheru. Tomei “umas duazinha”. Vesti uma beca. Ganhei um sapato dos paulista de Franca, apertado que nem a vida. Subi a rampa. Entrei no Planalto. U povo pirô. Tava mais feliz que pinto no lixo. Se pintô de bandera do brasil. Saiu na rua gritano.Tomô banho na piscina do palácio burguês. Encheu o caneco. Nunca, na história desse país, se viu uma “zona” tão grande. Todo mundo achava que eu ia mandá nesse país. Levantei a mão do zé das minas que já tava de mão dada cum zé do maranhão, que tava de mão com u canalheros, que sentava no colo do barbalho. Agora senti que tava mesmo fudido. Us companheiru me puseru na parede, tinha que sentá no colo desses cara e chacoalhá pra eles se quisesse governá. Tinha um tal de Maluf tamém que malufava como ninguém. infiei as mão nos bolso e fiz acordo com ele. Aprendi a melufar. Tive até que malufar o Brasil pra governá, que nem juiz ladrão que deu o pênalti que não existiu aos 46 do segundo tempo. Nunca, na história desse país, alguém malufou tanto como eu. Malufei nos Pampas, em São Paulo, em todo nordeste e noroeste, aonde deu. O partido inventô a história do FOME ZERO. Como sou trabalhadô, que num trabalhô, o mundo inteiro caiu de quatro. Só tive de infiá. Até os mendigo caiu. Us companheru subiu. U povo pirô. Sambô que nem a fiel quando o curingão é campeão. O primeiro diploma, que recebi, sem estudar, foi o de presidente da república. Chorei e fiz todo mundo chorá. Virei lenda: primeiro trabalhadô que num trabalha que virô presidente. Meus cumpanheiru entraru na mardita. Tomaram todas. Dei pros pobre que votô em mim, uma ismola, chamei de bolsa famia. Copiei essa ideia do inseticida, melhorei ela, e daí? Ampliei esse negócio pros pobre continuá votano em mim pra eu ganhá tudo quanto é eleição. Pra Mariza tamém dei uma bolsa, mais era a tal da Prada. Me disseru qui era boa. Eu só cunhecia mesmo era prata, cascalho, bufunfa. Era cara pra cassete essa tal de Prada, mais não tinha pobrema, não era eu mesmo que ia pagá. Pros companheiru dei bolsas tamém: bolsa ministério, bolsa conselheiro, bolsa aspone, bolsa aspone do aspone. Deitei e rolei. Os cara ajuelhava pra eu passá. Pros inimigo de agora, montei outros ministério menor. Eles num gostaro muito, queria mais, mais riru até o canto da boca. Dava pra botá a mão no monte, sem reclamá. Para a patuleia, o povaréu, o populacho,  num queria nem sabê. Só desconfiaru quando sentei, di cumforça no colu dos zé, dono das igreja, e do zé, dono do maranhão. Us político de carteirinha assinada me ensinaru que valia tudo em nome da tal de governabilidade. Nunca, na história desse país, ninguém sentô e chacoalhô tanto quanto eu. U pobrema é que us companheiru ficaro guloso, começaro a metê a mão no monte. Quem nunca viu filé minhon, quando vê, não cumê carne de pescoço, né. Ainda mais cum a porta do galinheiro aberta. Nunca, na história desse país, ninguém meteu tanto a mão no monte que nem eles. Tudo que eles via pela frente, ia pra cueca, pra num dá na pinta. Quem era pego, virava aloprados e doido ninguém prende, leva pra tratá. Começaro a chamá o robo de “mensalão”. É mentira. Mentira das barba. Mentira das grossa. Esse troço nunca existiu. Robaro dentro de vários mês. Dentro de vários anos. Por que chamaro de mensalão? Mensalão, não! Se fosse semestralão, anualão, até que eu aceitava.

 sexta-feira, 09 de maio de 2014