O dia 10 de junho
Dia da Língua Portuguesa
Dia da morte de Camões
Dia Nacional de Portugal
“Minha pátria é a língua portuguesa”, disse Fernando Pessoa(s). Falamos Português, pensamos em Português, sonhamos em Português e nos comunicamos em Português. Nosso mundo é um mundo feito de palavras. Palavras em português: expressão máxima da nossa nacionalidade, da nossa identidade.
“Gosto de sentir a minha língua roçar a língua de Luís de Camões” – disse Caetano Veloso. Nascida do Lácio, região onde os irmãos Rômulo e Remo fincaram Roma, expandiu-se para expandiu-se pela Europa, pegou um navio com destino a além-mar para se tornar a oitava língua mais falada no mundo e a terceira de maior expressão cultural da Europa. É a quinta língua mais usada para a comunicação via internet.
Os países da Comunidade Lusófona (CPLP), constituídos por Portugal, Brasil, Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde e Timor-Leste, com uma população estimada em 300 milhões de falantes, que têm o Português, como Língua Oficial, reconhecem o dia 10 como o de comemoração por tudo o que representa para nós o nosso Idiomaterno.
Por que no dia da morte de Camões? Porque Camões é também atemporal. Porque foi o seu gênio criativo que concebeu Os Lusíadas, obra maior da literatura universal, que deu status de “língua culta” ao Português. Camões é “fogo que arde sem se ver”.
O que mais angustia é o fato de que não nos damos conta da beleza dessa língua capaz de produzir gênios como Machado de Assis, Graciliano Ramos, Guimarães Rosa, Carlos Drummond de Andrade, Manuel Bandeira, Cecília Meireles, Cora Coralina, Clarice Lispector, Florbela Espanca, Fernando Pessoa, Eça de Queirós, Mia Couto, Pepetela…
Pode-se alegar que, no Brasil, já não falamos mais o Português, mas uma língua brasileira, como já afirmaram os Andrades, Mário e Oswald, durante o primeiro momento modernista. Pode ser. No entanto, jamais poderemos abrir mão das nossas raízes, do nosso DNA, da matriz de tudo o que produzimos, do nosso idiomaterno.
A língua portuguesa tem dentro de si muitas línguas.
Luiz Cláudio Jubilato – professor de Língua Portuguesa – fundador do Criar Redação