7 de setembro – Dia da Independência do Brasil
(O BOCA DO INFERNO COM ESCAFANDRO)
As inverdades históricas
No dia 7 de setembro de 1822, D. Pedro subiu a serra de Santos abordo de uma mula, depois de uma visita à Concubina oficial (Domitila de Castro – marquesa de Santos). Protegia-o sua guarda pessoal, mais tarde, elevada à pomposa categoria de Dragões da Independência. Os desarranjos intestinais de sua alteza o fizeram correr para uma moita, de onde um gemido passou à História como O Grito do Ipiranga. Assim rompemos relações com Portugal. O “Grito do Ipiranga”, com sua alteza montada em um corcel branco, é uma idealização de Pedro Américo na sua obra. Somos chegados a um salvador da pátria, à praga populista e a uma mão de ferro.
A história do Brasil é marcada por uma sucessão infindável de enganos: Os portugueses “deram com os costados na terra do pau de tinta”, tentando achar ouro e as Índias. Os patrícios perderam distribuíram porrada, chicotada, roubaram o que quiseram debaixo dos nossos narizes, chegou aqui um regente fujão, que roubou a metrópole. Imitamos a sua corte de falidos, compramos títulos que não serviam para coisa nenhuma, a não ser para pompa e circunstância.
Somos a única colônia da América Latrina que pulou para a de império. Depois de estuprar as putas, as escravas e os cofres do império, Dom Pedro I se mandou para a “terrinha”, cansou da brincadeira, deixou a bomba nas mãos do filho ainda imberbe. Condecorado com medalhas e penas, Dom Pedro não sabia se era imperador ou cacique. Em 1888, a princesa Isabel assinou a Lei D’ Áurea, “libertou” os escravos que passaram à condição fantástica de “alugados”. Em 1889, Deodoro da Fonseca, um monarquista, proclamou a República. É mole? D. Pedro !!, nosso salvador, passou à condição de estorvo, e os republicanos à de salvadores da pátria, com duas ditaduras armadas. Parece piada, mas não é.
Voltando ao 7 de setembro, desafio qualquer jornalista a sair pelas ruas e entrevistar manifestantes sobre significado desta data, que leva tanta gente a “curtir” uma praia, não estar nem aí para a subida da inflação, do dólar e a queda da bolsa de valores. Duvido que, em cada 10, dois saibam. O negócio é “beiçar” uma caipirinha “mata-vírus” e dane-se o mundo que não me chamo Raimundo. Ou sacudir uma bandeira sem conhecer as propostas do seu candidato.
Só uma observação: dia 7 de setembro nunca foi, neste país de oligarquias e feudos, o “centrão” conhece bem isso, lançamento de campanha à presidência da república, nesta dará. Por incrível que pareça, a ditadura empurrou os escombros do país para as mãos do “presidente civil”. Piada. Sir Ney era também presidente da ARENA (Aliança Renovadora Nacional), que sempre beijou os coturnos dos milicos. O Nome dado esse período foi o de “Nova República”. Parece sacanagem, mas mão é, a república era gerida pelo dono de um feudo chamado Piauí. Do túmulo Getúlio aplaudiu, copiaram seu velho “estado novo”.
Guardem os aplausos, será que teremos “o nono estado novo” ou “a nova república nova”? Ou pularemos da condição de democratura para a de teocracia. O homem “salvou-nos” do PT sob o pretexto de que viraríamos uma nova Venezuela e a roubalheira acabaria. Como ocorreu com Collor de Melo (O Caçador de Marajás), o presidente enriquece a olhos vistos.
Somos um povo bem inventivo, como podem ver, já chamamos os EUA para a porrada e a China para o ringue. A dinastia caminha a passos largos protegida por um soldado e um cabo. Se Deus é brasileiro, tirou férias permanentes. Mais um salvador da pátria. Quem nos salvará dele, já que o voto está sendo acusado de não ser voto?