Estratégia no jogo do Vestibular

Uma das questões cruciais que levam um vestibulando a conquistar uma vaga na universidade é a Regularidade.

Estudar regularmente visando a qualidade e não a quantidade de horas em frente a uma apostila aberta: “Decifra-me ou te devoro”. E isso não é fácil manter durante um ano sob pressão.

“Estou desanimado”; “Estou muito estressado”; “Não consigo dormir” – são as frases que mais ouço na sala de aula ou no corredor da escola. Se você está inserido em um desses casos, pode acreditar, está tendo tempo demais para “pensar na vida”.

Pensar na vida significa acreditar: “Não vou passar” ou “Estou perdendo meu tempo, melhor entrar na faculdade que der” ou “Não quero mais ver tudo isso de novo”. Faltam, nesses casos, exercícios físicos, bons relacionamentos ou aproximar-se mais dos professores.

O “blefe psicológico”: inventar excesso de desculpas para si mesmo, porque não faz o que tem que fazer e assim amenizar um possível “fracasso”.

“Não quero me iludir”: tudo o que você não faz, o seu concorrente faz. Ele pode até perder, mas está jogando para ganhar. Não quer mesmo se “iludir”. Você está perdendo o jogo para si mesmo.
Sempre digo aos meus alunos: Não adianta fazer 4 redações em uma semana e não fazer nenhuma nas duas semanas seguintes. Uma por semana é suficiente, desde que você pesquise sobre o tema, antes de elaborá-la e a corrija toda semana.

Regularidade. Lembra?

Não é a quantidade de textos elaborados que fará a diferença, mas sim a qualidade deles. Escrever uma redação não é treinar, quem treina é atleta. Escrever um texto é buscar adquirir um estilo próprio, buscar construir um texto “autoral”. Redigir é pensar: “livre pensar”. Pensar, com a “própria cabeça”, sem se sujeitar a um cabresto de um modelo. Não é fordismo.

Pergunto: Quanto tempo você leva para escrever o seu texto, quanto tempo aguenta ficar sentado estudando “sem enrolar”, quantos exercícios consegue fazer em 3 minutos em um simulado sem “chutar”, quantas horas dorme por noite (sono ensina, sono fixa), quantas aulas consegue assistir atento, anotando, sem se dispersar.
Para lidar com a concorrência é preciso criar uma estratégia própria, sem copiar a dos outros. O mesmo remédio faz efeitos diferentes, em pessoas diferentes. Você precisa “conhecer” os seus limites, para elaborar uma estratégia só sua. Observando que provas diferentes têm estilos diferentes, por isso é importantíssimo fazer a de anos anteriores.

Se começar a pensar muito na vida, pegue um artigo para ler, um filme para ver. Uma apostila sozinha, em cima da mesa não passa ninguém no vestibular. Corra atrás de publicações que possam aumentar o seu repertório cultural.
Estude na escola, ela foi criada para isso. Estudar em casa uma matéria que não domina, não é estudar, é se tornar autodidata: aí perde um tempo enorme, a matéria acumula, aumenta o desespero, fica mais fácil deitar e esperar o tempo passar, chorar, espernear, procurar psicólogo, psiquiatra: “Ah! Na hora eu se viro” – doutor.
Não se “mate” de estudar, estude com regularidade, mas não vale “blefar”.

Regularidade. Lembra?

Por Luiz Cláudio Jubilato. Educador e diretor do Criar Redação. Professor e especialista em Língua Portuguesa e especialista em vestibulares. criarvest@uol.com.br

 

 quinta-feira, 30 de março de 2017