CÃESDIDATOS
(O BOCA DO INFERNO – DOIDO PARA FUGIR PARA PASÁRGADA)
“Bandilma mostra a sua cara/ quero ver quem paga/ pra gente ficar assim…”
“Bandécio, qual é o teu negócio? / o nome do teu sócio? / não confie em mim…” (Acabei de estuprar o Cazuza).
“FACEBOOK que bate, bate/ post que já bateu/ quem bate em Bandécio é PT/ quem bate em Bandilma é PSDB”.
“A tirei o pau no Bandécio… cio…cio/ mas Bandécio…cio…cio…/ não morreu…réu…réu…/ dona Bandilma… má… má… admirou-se… se…se/ porque foi que Bandécio não morreu”.
“Bando… bando… bando…/ bando da cara feia/ compre o eleitor indeciso/ que tem medo de careta”.
Senhores telespectadores, bobos da corte, trouxas de plantão, tratados como débeis mentais calcem suas suas luuuuvassss: o embate/ debate/ combate vai começar… Ainda bem que, domingo, a baixaria vai terminar. Será?
De um lado, Bandilma; do outro, Bandécio. Juiz escolhido para a palhaçada: o eleitor algemado no sofá, teclando no computador. O ringue: a tevê.
Se você, até agora, caro eleito ator, não se decidiu por qual cãodidato torcer, esqueça, não será pelos golpes baixos desferidos hoje que irá se decidir.
A regra do jogo é simples. Para virar dono do osso, vale mentir, trapacear, acusar sem provar, gaguejar, prometer, errar de propósito, esquecer por conveniência. No final, cumprimentar com beijinhos o, agora, rival. Afinal, tudo não passa de um jogo. O jogo para agarrar o pudê. “Os inimigos de hoje são os amiguinhos de amanhã”.
A bola é você.
Se você não viu uma partida de futebol entre duas seleções, está em outra galáxia. Se viu, vai entender o que digo.
Dentro do jogo, vale dar pontapé, carrinho, gritar, xingar, ameaçar, peitar o juiz. Acabada a partida, os jogadores se abraçam, riem, como se nada tivesse acontecido, afinal tudo não passa de um jogo. Voltarão para seus clubes. Terão de conviver uns com os outros nos vestiários.
Canelas raladas são normais. Essas canelas valem milhões. Empresários (lobistas?) ficam de olho nos pupilos para pensarem “profissionalmente” nas somas exorbitantes dos futuros contratos.
Defender a pátria é mero exercício de retórica, para “contorcedor” ver. Vale mesmo o marketing: derramar lágrimas durante o hino, jogar a camiseta para a torcida. Jurar amor eterno ao escudo no peito, bater no braço para mostrar raça para os fanáticos torcedores briguentos. Ganhar? Se não der, fica para a próxima convocação.
Como na Copa do mundo, há gente que se interessa pelo futebol somente de quatro em quatro anos. Não entende as regras do futebol, muitas vezes complicadas, dúbias, passíveis apenas da interpretação do juiz. No entanto, esta gente está lá pra aplaudir e/ou vaiar, pois pagou o ingresso para sentar nas cadeiras. Nunca no camarote.
Resultado: perdemos de 7×1. Enfrentamos um pugilista mais técnico, forte, capaz de esquivas surpreendentes. O primeiro soco provocou o Knock Down; o segundo, o nocaute. Não levantamos. Beijamos a lona. Não havia como vencer.
Os dois Cãesdidatos de domingo são pugilistas fortes, capazes de esquivas surpreendentes. Beijamos a lona. Contudo se comportam de forma “malandra” como jogadores de futebol. São capazes de dribles desconcertantes. Comemos a grama. Ao final, trocam camisas, sorridentes, afinal tudo não passa de um jogo.
O placar (pesquisas?) induzem-nós a torcer pelo time que vai vencer ou esclarecem os defeitos do perdedor.
Não há como a torcida vencer.
Seja lá quem vencer, perderemos vergonhosamente de 7×1.