O CAPETA, OS TUBARÕES E O INFERNO DA ELEIÇÃO

(O BOCA DO INFERNO – DOMINGO, DESCULPE, VAI SER FODA)

Quero dizer em alto e bom som:”Não tenho candidato a prefeito”. Esse cara pirou, diria você, empedernido eleitor. “A eleição é para presidente, idiota”. É que já estou me adiantando. Daqui a dois anos, depois de greves, protestos, manifestações, revoluções de botequim, crises, mentiras, amores de carnaval, casamentos desfeitos reatados desfeitos, desculpas, serão os mesmos se atracando pelo osso, o tutano principalmente. Lembra? “OS INIMIGOS DE HOJE SERÃO OS AMIGOS DE AMANHÔ e vice-versa. Ah! e também não tenho nem para vereador, nem para síndico do meu prédio, nem para quem embalsamará o Sarney.
Você, ansioso eleito leitor, dirá: “Ou esse sujeito pirou ou bebeu ou tomou uma picada na veia ou fumou a erva do diabo ou tudo isso junto. Quem sabe, não esteja fugindo do que realmente interessa?” Eu lhe perguntaria, ignóbil perguntador: “E o que realmente interessa?” Ah! desculpe a minha imbecilidade, acabei de achar: o capeta. Ele interessa.
“Por que o capeta, ora pois, pois?” Cassete: “Outra pergunta?” Você é chato, cego, idiota ou o quê? Não ficou claro, ontem, depois do bate, rebate, bate,re bate? Vai que algum dos candidatos à presidência (kkkkk) da republiqueta viaje para algum lugar além da maionese e a embarcação alada desabe em cima do curral eleitoral do candidato que ocupa o primeiro, segundo, terceiro ou quarto lugar nas pesquisas, dependendo da margem de erro. Como ficará o emprego do capeta? Coitado!
Domingo, serei obrigado a sufragar (se você não sabe o significado, pode fazer analogia com outro verbo terminado em “gar”). É, via de regra, quase a mesma coisa. Encararei a tal da urna, Urna é também o local onde se depositam os mortos. Usarei, no auge do desespero, uma regra clássica para escolher algo que não sei como escolher: “uni, duni, tê/salamê, minguê/ um sorvete colorê/ o escolhido foi você…” Depois, apertarei apertarei a tecla CONFIRMAR. Não existe a CURTI.
Você, empalidecido leitor, que ganhou um sanduíche pra vir exprimido em busão a um comício de um candidato, que nunca viu, pode achar: “Esse sujeito tá de sacanagem”. Não estou. Depois dos dois últimos “bate apanha bate apanha…” empaquei tal qual um jumento. Nada tenho contra o animal, foi apenas uma analogia tosca. Que me desculpe a Associação protetora do equídeo, provavelmente ligada à CUT ou à FORÇA SINDICAL.
Pensei em um atentado terrorista: raptarei todos os candidatos, junto com o Sarney, amarrarei uma pedra no pé de cada um e jogarei todos em alto mar. Desisti. Covarde? Não, medroso. Poderia provocar o maior desastre ecológico da história humana. Os tubarões, coitados. Como, depois do rega-bofes de carne de quinta, sairiam do mar para vomitar? Esqueci. Depois que a ABL tornou o Sir Ney imortal, ele levou o negócio a sério. Os tubarões teriam apenas uma saída, fazer dele chiclete de baleia.
Falei esse monte de besteiras, para esconder uma verdade desesperadora, não sei em quem votar, Para quem está na minha situação, há uma saída: “uni, duni, tê/salamê, minguê..”

 sexta-feira, 03 de outubro de 2014