MARINA, MARINA MORENA, VOCÊ SE PINTOU

(O BOCA DO INFERNO – DESCONFIADO DA CONFIANÇA)

Marina, como eu já desconfiava, explodiu nas últimas pesquisas para o Planalto. Coincidência ou não, a morte tem um papel decisivo na sua ascensão política. Com a morte de líder seringueiro, Chico Mendes, que qualquer otoridade municipal, estadual, federal e internacional, sabia que seria assassinado, ela despontou para o cenário político nacional, lutando, “sem dinheiro”, contra os “poderosos” do PT, seus aliados “informais” na época.
Com a morte de Eduardo Campos, líder do PSB, que sabia que não teria qualquer chance de vencer as eleições, despontou para o eleitor como a terceira via, contudo, agora, de repente, não mais que de repente, já virou a primeira, para um “quase” desespero do PT. Se Dilma ganhar, o PT ganha; se Marina ganhar, o PT não perde. Ela governará com “alguns dos melhores petistas, psdbistas e pmdbistas” segundo ela mesma. Marina, que conhece muito bem os meandros da política, deve estar de “sacanagem” com o eleitor. Só pode ser.
Com aquele diálogo sonolento dos primeiros dias na tevê, antes de começar o famigerado horário eleitoral (gratuito?) pago por nós, Eduardo Campos e ela eram solenes candidatos a atores de comercial de remédio para fazer apagar quem sofre de insônia crônica: o casal Rivotril. Ninguém dava a mínima para eles, até porque não entendia nada daquele diálogo intelectualóide: um dó falava para o outro. O resto do Brasil ficava com aquele ar bovino.
Morreu Eduardo Campos e aí Marina, mesmo não sendo citada pela viúva, no seu discurso velório/político, virou candidata e tomou a dianteira. Veio subindo, subindo, subindo… nas pesquisas, como rojão de festa junina. Todo mundo passou a prestar atenção nesse discurso de acabar com a “velha” política, mesmo sendo aliada do “velho” político Tião Viana, governador do Acre: aquele mesmo que expulsou os haitianos para São Paulo, não sem antes deixá-los à míngua.
A “intelesctualidade”, para variar, abraçou o discurso da viúva política do candidato a candidato. Veio a reboque para salvar a classe média do colapso, a mesma que vaiou Dilma no estádio particular da copa do mundo construído com dinheiro público, como se não soubesse que pagaria a conta. A mesma que se acha injustiçada, pois bancou Lula e Dilma durante doze anos, que bancaram o bolsa construtora, o bolsa bancos privados, o bolsa pré-sal e o bolsa família. Não viu, no horizonte, o bolsa classe média que, para manter o status, buscou muamba em Miami, na Argentina, no Paraguai… Muamba para salvar as viagens à Disney, à Europa e a Nova Iorque. Para pagar o cartão de crédito internacional.
Marina tem um discurso, no mínimo, interessante, que só convence os trouxas: “Combater a velha política com uma nova forma de fazer política”. Já ouvi isso em algum lugar… Há algum tempo…. Uns doze anos, pelo menos. E deu no que está dando. Como é que se pode fazer uma nova política com velhos e viciados políticos? Zé Dirceu já disse que ela é o Lula de saias. Segundo ela, “há boas pessoas nos partidos políticos”. Vai haver tiroteio no Planalto na luta por cargos.
Há uma história muito mal contada sobre sua aliança com o governador Tião Viana. O seu marido só largou o osso público quando ela se tornou candidata oficial à presidente da república. Destruir a floresta, não pode, mas largar seres humanos à míngua, pode? Transportá-los como porcos, pode? Outra coisa interessante, para não dizer uma piada pronta, foi a explicação do seu vice sobre a mal contada história do “empréstimo” do jato que desabou com Eduardo Campos: Quando a gente pega um táxi, não quer saber se o carro é roubado ou não, se o motorista fez “leasing” do carro ou não.
O silêncio da candidata quanto a esses fatos beira à inconseqüência e/ou à conivência. Como diz o “grande filósofo” Tiririca: A Brasília é podre, mas eu a conheço bem…” No que difere o “novo discurso” de Marina dos outros? Já vi esse tal “novo discurso” e “nova de fazer política” até em Fernando Collor.
Acho que vou votar no no Levi Fidélix. Quem sabe, ele já não toma a presidência de assalto e constrói um trem bala direto entre isso aqui e o inferno? Se bem que no inferno, já estamos. O negócio, então, é abraçar o capeta. Mas qual? Isso aqui anda parecendo o “samba da política doida”.
Vou aproveitar e aconselhar Marina a ter, como ministro da saúde, o Padilha que não será governador em São Paulo e tem vasta experiência com a importação de médicos, como fez no governo Dilma. Olhava para ela, mas com os olhos presos no chefe. Aquele que o pôs e o manteve como ministro. Trouxe neurologista para o chefe que sofre de amnésia seletiva e nunca sabe de nada, a não ser o que lhe interessa; otorrino, para ele, que nunca ouve nada, só o ataque das elites conservadoras que querem derrubar o PT; oftalmologista, para ele, que nunca vê nada, nem o fato de pertencer agora à elite. Assim fica bem mais fácil ser “presidenta”.

 sexta-feira, 05 de setembro de 2014