INTERESSES INTERESSANTES
(O BOCA DO INFERNO – filosofia)
Filósofo GALVÃO BUENO: “Futebol é apenas um esporte”.
Realidade dos fatos:
O futebol é, antes de tudo, um grande negócio. Neymar ganhará num ano o que a maioria de nós não ganhará na vida”. O próprio filósofo em questão ganha num ano o que não ganhamos em vinte, trinta… Esse discurso só existe, porque perdemos a copa. Já imaginou se tivéssemos ganhado? Seríamos catapultados ao “primeiro mundo” por decreto e pelo discurso ufanista.
Caro leitor desavisado:
O futebol emprega jogadores, treinadores, fisioterapeutas, preparadores físicos, médicos, enfermeiros, massagistas, porteiros, roupeiros, cozinheiros, auxiliares de cozinha, faxineiros, assessores de imprensa, motoristas de ônibus, mecânicos, presidentes de clubes, diretorias de clubes, empresários, lojas oficiais, vendedores, empresas de manutenção, narradores esportivos, ex-jogadores comentaristas, ex-árbitros comentaristas, audiência de redes de tevê, aluguel e/ou construção de estádios, construtoras, mestres de obras, bancos…… Se futebol é apenas um esporte, então eu sou mico de circo, só para ficar no senso comum.
Brasileiros contorcedores:
Não fiquem tristes com as derrotas da seleção, nem se deixem iludir pelo discurso vazio dos “filósofos de plantão”, muito menos pelo discurso oficial. Os jornalistas dizem que o mundo passou a nos ver de outra forma. Que legal! (Mas, quem lê jornal?) Temos de olhar para o nosso próprio umbigo.
Não temos apenas uma seleção, para construir. Temos de nos perguntar, primeiro, coisas óbvias, mas que passaram despercebidas: Por que a granja Comary, numa região chuvosa, fria, debaixo de constante nevoeiro, de características européias? Nossos jogadores não conseguiam treinar e muito menos se adaptarem ao horário e temperatura dos jogos, fora o longo deslocamento, enquanto os europeus treinaram em lugares (Bahia, Rio de Janeiro), com cara de Brasil? Seria o nosso “eterno complexo de vira latas?”
Quando os europeus nos imitavam, ganhávamos deles. Quando passamos a imitá-los, perdemos. Isso é histórico e não acontece apenas no futebol. Somos adestrados a desvalorizar o que pertence à nossa identidade. Foi por causa disso que perdemos a copa? Claro que não. Reconheçamos: os oponentes eram muito melhores.
Somos um povo em busca de uma identidade ainda, portanto temos um país para construir. Ouçam, leiam e vejam as críticas que nos fizeram e também os pontos bons que foram destacados durante essa copa. Não nos sentemos jamais sobre os elogios, nem entremos em depressão porque perdemos a copa. Não podemos perder o rumo.
Cuidado com o que ouvem, leem ou veem. Por trás de tudo há intenção(ões), inclusive deste texto.
Alguém viu o Fuleco, por aí? Morreu por falta de identificação. Tatu bola não seria mais adequado? Muito mais brasileiro?
Carlos Santana, Shakira são brasileiros? Representam a nossa cultura? Ah! tá. Esqueceram de me dizer…