IV Mesa Redonda do Criar reúne cerca de 800 estudantes


IV Mesa Redonda do Criar reúne cerca de 800 estudantes
  • quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Estudar, ler muito e saber escrever. Não tem segredo, quem quer passar no vestibular precisa adotar essa postura na sua prática diária, o que já é conhecido pela maioria dos estudantes. Esta foi ênfase da fala dos palestrantes da IV Mesa Redonda do Criar sobre Vestibulares. O evento aconteceu nesta quarta-feira (10/8), no Centro de Convenções de Ribeirão Preto, das 14 h às 18h.

O debate reuniu cerca de 800 estudantes – muitos deles de diversas unidades do Criar-Sistema de Ensino de Língua Portuguesa, além de alunos convidados da rede particular e pública da cidade e região.

Conduzida pelo professor de Língua Portuguesa e Redação e diretor geral do Criar, Luiz Cláudio Jubilato, a mesa redonda contou com a presença dos professores Carlos Alberto dos Santos Cruz, da Faculdade de Odontologia de Araraquara, representante da Vunesp; Meiréllen S. Almeida, da coordenação da Unicamp; Maria Nice Duarte Martins, coordenadora de ingresso discente da PUC Campinas e Pietro Ciancaglini, do Departamento de Química da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras USP Ribeirão Preto, representando a Fuvest. Além deles, a presidente do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira / MEC), órgão responsável pelo ENEM, professora Malvina Tuttman, enviou respostas por email endereçadas à mesa redonda. As questões foram formuladas por alunos e professores do Criar antes do evento. O conteúdo foi lido e discutido, com espaço para reflexão sobre o assunto, bastante polêmico.

Palestras
O professor Luiz Cláudio Jubilato foi quem fez a abertura do evento. Na opinião dele, a informação é o grande trunfo do candidato ao vestibular. “Por isso, promovemos a Mesa Redonda dos Vestibulares, que já é tradicional. O objetivo é discutir mudanças, o formato das provas e mostrar aos alunos o que cada instituição aqui presente espera deles”.

PUC Campinas
A professora Maria Nice Duarte Martins, coordenadora de ingresso discente da PUC Campinas foi a primeira a falar. Ela apresentou a estrutura dos Campi da PUC, seus cursos, programas de financiamento e bolsas e trouxe informações técnicas sobre o vestibular de 2012.

A novidade da PUC Campinas para este ano é que a prova terá datas específicas por cursos. Serão dois dias: 25 e 26 de novembro. Segundo ela, o candidato poderá, no ato da inscrição, determinar o dia da prova e optar por dois cursos de seu interesse. “O curso de primeira opção determinará o dia de prova”, comentou.

Quanto à redação, Maria Nice anunciou que a prova apresentará três propostas. “Cada proposta contemplará um tema e um tipo de texto”, explica. “Serão duas dissertações e uma narração, caberá ao candidato selecionar uma delas”.

Na PUC, o critério de avaliação da redação leva em consideração os seguintes pontos: adequação ao tema, ao tipo de texto e à linguagem; além de coesão e coerência. “O texto é avaliado por dois corretores e no caso de discrepância acima de três pontos, a redação segue diretamente para a banca coordenadora do vestibular”, esclareceu a professora. A banca corretora da Puc Campinas é uma das mais exigentes do país. Os corretores fazem treinamentos de dois finais de semana, todos os anos, e a faculdade publica um caderno com as melhores redações dos anos anteriores.

“O conteúdo deste caderno é realmente muito adequado e serve como orientação para quem está se preparando para as provas de outras faculdades também”, acrescentou o professor Jubilato.

Única representante das faculdades particulares presente no evento e considerada uma das melhores do Brasil, a professora recebeu mostrou que a faculdade conta com um núcleo especializado em orientar os alunos sobre os programas de apoio financeiro, o que também pode ser visitado no site www.puc-campinas.com.br.

UNESP
De forma bem humorada, o professor Carlos Alberto dos Santos, representante da Vunesp, instituição responsável pelo vestibular da Unesp e vários outros concursos no país, começou sua abordagem lembrando os alunos que não há outro meio de entrar na universidade a não ser estudando. Ele trouxe informações importantes sobre o vestibular da Unesp, que conta com 169 opções de cursos de graduação 32 unidades espalhadas por todo o estado de São Paulo.

Diferentemente de outros vestibulares, o Vunesp não admite a segunda opção. “O nosso vestibular é por curso; o aluno escolhe o curso e a cidade onde quer estudar já na inscrição do vestibular”, afirmou Santos. Outro ponto que ele enfatizou é que as provas são iguais para qualquer carreira – isso desde o ano passado. No que se refere à prova de redação, o Vunesp opta por um gênero de texto apenas: o dissertativo, que na opinião do palestrante, exige que o candidato escreva conforme o padrão da norma culta e esqueça prática adotada em mídias sociais com abreviações, gírias e regionalismos. “Isso não vale só para o vestibular. Escrever corretamente é importante em todas as nossas atividades”, destacou.

A prova acontece em duas fases, em três dias. “Nossa prova não tem lista de leitura obrigatória, nem surpresas”, afirmou. A seleção de dicas do professor foi centrada em seis fatores, que na sua ótica são essenciais. Para ele, o vestibulando deve: estudar e rever conteúdo das matérias, dedicar-se a todas as disciplinas; investir em leitura e fazer muitas redações; acompanhar o Blogunesp; observar as provas dos anos anteriores; e no dia da prova, sair de casa com antecedência. A universidade não tolera atrasos, o que automaticamente desclassifica o candidato.

Para ajudar os alunos a escolher a melhor carreira, a universidade entregou a todos os participantes da Mesa Redonda, um Guia de Profissões, também disponível em versão on line no site www.vunesp.br

UNICAMP
Ela já participou de todas as Mesas Redondas do Criar sobre Vestibulares e mais uma vez apresentou ao público o que a Unicamp espera dos seus candidatos. Meirélein S. Almeida, coordenadora da Redação da Comvest (Comissão do Vestibular da Unicamp), esclareceu alguns critérios desta prova, que é uma das mais temidas pelos estudantes. O exame, de acordo com ela, prioriza a escrita, a capacidade de reflexão e exige que o candidato tenha potencial para entrar na universidade, o que significa ter bom raciocínio e organizar as ideias. “Esperamos que os candidatos revelem seu domínio sobre os conhecimentos e as habilidades adquiridas até o ensino médio”. Ela também reforçou que a universidade não leva em consideração, dentre os critérios adotados para a correção da redação, o item criatividade. “Até porque seria difícil encontrar um texto inédito entre os mais de 50 mil apresentados pelos candidatos”. Com isso, esclareceu que os alunos devem deixar de lado a preocupação com a originalidade e manter a atenção na proposta e cumprir a tarefa solicitada. “Cumpram o que está proposto na redação, usando para isso, a norma culta da língua”, destacou.

A coordenadora comentou que o candidato que almeja uma vaga na Unicamp precisa saber expressar-se com clareza, organizar suas ideias, estabelecer relações, interpretar fatos e dados, além de elaborar hipóteses.

Meiréllen ressaltou também que a prova exige muito exercício de leitura e escrita. E que sem esses recursos fundamentais, o aluno não conseguirá demonstrar na prova, o que sabe, mesmo em outras disciplinas. “É importante que o aluno leia muito e acrescente aos estudos, a leitura de jornal, história em quadrinhos, romances, revistas, entre outros conteúdos”.

Sobre as mudanças para a prova – efetuadas no ano passado, a coordenadora explicou que a motivação da instituição foi o aperfeiçoamento do exame, de modo a selecionar os melhores alunos. A universidade também visou atualizar aspectos relativos aos programas das disciplinas e das áreas dos conhecimento ontemplados na estrutura atual do ensino médio.

Meiréllen destacou uma vez mais que a universidade vai selecionar aqueles estudantes que tenham experiência de leitura e escrita, conheçam a prova e cumpram as tarefas propostas. O alerta dela ficou por conta do recado que deu à plateia: “Leiam e interpretem corretamente as questões. A maioria dos candidatos tira nota baixa por falta de leitura correta das questões da prova. Sigam instruções”, concluiu.

A Unicamp também publica as redações acima da média e as redações abaixo da média, para servir de orientação aos candidatos. Esta pode ser encontrada no site www.unicamp.br

FUVEST
Para trazer o que a Fuvest pretende aplicar em seu exame neste ano e apresentar noções de como fazer a prova, o professor Pietro Ciancaglini, do Departamento de Química da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras USP Ribeirão Preto, representou a instituição no evento.

O professor Pietro revelou que a grande novidade é o Processo de Reescolha. A partir de 2012, os candidatos terão a chance de optar por novas escolhas, após divulgados os resultados dos vestibulares. As vagas destinadas às reescolhas serão divulgadas a partir de 10/03/2012 e entre os dias 10 e 12, os candidatos poderão inscrever sua intenção de novo curso pela internet. “Após a terceira chamada, quem não foi matriculado e não foi eliminado ou desclassificado pode manifestar interesse pelas vagas ainda não preenchidas”, explicou.

Na reescolha, o candidato pode definir-se por dois cursos de quaisquer carreiras, “inclusive na própria carreira indicada no ato da inscrição do vestibular, em ordem de preferência, dentre os que possuam vagas ainda não preenchidas”, complementou. O processo de reescolha terá uma única chamada, que corresponderá à 4ª lista da Fuvest. O resultado será divulgado no dia 14/03/2012.

Quanto ao perfil dos alunos esperado pela Fuvest para o próximo vestibular, um dos desafios que ele acredita é que o candidato deve vencer é mostrar aos corretores que sabe se expressar com clareza e desenvoltura e que tem bom raciocínio para resolver desafios. “A Fuvest quer aprovar estudantes com capacidade de buscar, selecionar, organizar e interpretar informaçoes diversas”, apontou.

Pietro também apontou que o aluno deve expressar sua visão crítica sobre o mundo e a sociedade, demonstrar competência na hora de identificar e propor soluções para problemas sociais, culturais, tecnológicos e científicos. O aluno precisa também identificar seu campo de interesse e demonstrar habilidades para cursar a carreira escolhida. “A principal característica da Fuvest é que ela avalia se o estudante tem habilidades associadas ao pensamento crítico e analítico. O objetivo é encontrar candidatos que saibam interpretar um problema e elaborar respostas”. Trata-se de um vestibular que valoriza-se a leitura, a expressão, a atividade do pensamento e raciocínio lógico e científico.

O professor também trouxe informações sobre notas de corte. Medicina ainda ganha disparado das demais carreiras. A lista completa com a relação de candidatos por vagas está no site www.fuvest.br. Na Fuvest, a nota da primeira fase, além de definir quem vai para a segunda, também será computada na nota final. O professor informou que a nota mínima na primeira fase oscila entre 22 a 27 acertos.

Outra novidade é que a Fuvest contará com provas em mais duas cidades: Barretos e Taubaté, o que vai facilitar o acesso dos candidatos dessas regiões do estado.