Heróis e Vilões das HQs podem estar no alvo da Redação

Bate Papo no Criar Ribeirão aborda o tema “Usando Heróis e Vilões das HQs na Redação”


Heróis e Vilões das HQs podem estar no alvo da Redação
  • segunda-feira, 25 de abril de 2016

Você gosta de histórias em quadrinhos? Sabe falar sobre heróis e vilões e interpretar o papel de cada um deles em cada história? É bom conhecer! O assunto está nas telonas do cinema, nos livros, gibis, na arte e até influi nos comportamentos de diferentes gerações. Para analisar o universo HQ, o Criar Ribeirão Preto promoveu, nesta segunda-feira (25),mais um Bate Papo com seus alunos. Desta vez, o tema em debate foi “Usando Heróis e Vilões das HQs na Redação”. O encontro contou com a participação do jornalista e ilustrador Cordeiro de Sá, do publicitário e consultor da seção de Geek da Livraria Cultura, José Lucas de Lima e do professor Thiago Carbonel.
 
Segundo o professor Thiago Carbonel, que mediou o debate, os alunos precisam aprender a lidar com as diferentes textualidades. “Não basta ficar apenas nos clássicos tradicionais”, orienta. O professor citou que muito se fala das mitologias tradicionais – como a dos gregos, indianos e chineses, mas na verdade elas são criadas o tempo todo – as chamadas mitologias do cotidiano. “Na nossa cultura do cinema, da novela e consequentemente na do HQ, estamos construindo mitologias novas. O desafio é encontrar uma ponte para conseguir estabelecer uma relação deste universo com as questões temáticas, que fazem parte das provas de redação", analisa.
 
O palestrante Cordeiro de Sá afirma que é interessante ler e conhecer os HQs, mas alerta: é importante saber o que está por trás de cada mensagem de uma história em quadrinhos."Existe uma história que se conta sempre. Todos os heróis repetem o mesmo enredo. É tudo igual- do Chapeuzinho Vermelho, passando por Hércules, Super Homem – é sempre a mesma estrutura narrativa", diz. O jornalista comentou que hoje, quando se vai ao cinema, sempre é possível saber o que vai acontecer em determinado momento da narrativa.“E isso que acontece na literatura e nos HQs. É importante você conhecer a estrutura para poder quebrá-la".
 
Cordeiro citou, como exemplo, o filme americano de 1994, Pulp Fiction, escrito e dirigido por Quentin Tarantino. Para o jornalista, o diretor teve uma “grande sacada” ao recortar o filme em diferentes pontos. "Talvez por este motivo essa produção fez tanto sucesso, pois quebrou a linha reta do filme".
 
José Lucas de Lima da Livraria Cultura apontou que os HQs nem sempre trazem a luta entre o bem e o mal e herói contra vilão. "Podemos encontrar muitos conteúdos éticos. Os Hqs são uma forma diferente de arte, de se absorver informações de forma rápida”. O palestrante sinalizou que as histórias em quadrinhos sempre mostram questões para a vida. “Muitos não possuem nem textos, mas nas imagens está a mensagem. O que é necessário é nossa capacidade de ler além da superfície", conclui.