Professora aborda perfil do brasileiro por meio de personagens literários

Palestra aconteceu nesta segunda-feira (29), com a professora de sociologia Lúcia Lodo durante abertura da Semana Especial Enem 2012


Professora aborda perfil do brasileiro por meio de personagens literários
  • terça-feira, 30 de outubro de 2012

Semana Especial Enem 2012

A Semana Especial ENEM 2012 começou nesta segunda-feira (30/10), no Criar Ribeirão Preto, com a palestra “Ser brasileiro: um olhar sociólogo e literário” da professora de sociologia Lúcia Lodo.

A professora convidada explicou traços de perfis dos brasileiros por meio de comparações entre a Sociologia e personagens da literatura nacional. Ela deu exemplos de autores que descreveram estes perfis, como o livro “Os Sertões” (1902), de Euclides da Cunha. “Euclides estudou na Europa do século XIX carregada dos pensamentos iluministas do século XVIII”, explicou. “Quando voltou ao Brasil, escreveu o livro com estas influências, criando o perfil de um sertanejo forte, que resiste às mais diversas situações”.

No decorrer da palestra, a professora também abordou outros autores que descreveram personagens que se assemelham muito ao perfil dos brasileiros de hoje. Para exemplificar o início da miscigenação no país, ela falou sobre a obra “Casa Grande e Senzala” (1933), de Gilberto Freire. No livro, segundo informou a professora, está presente a ideia de democracia racial, que acontece quando há o “arranjo do colonizador com as escravas”. Desta mistura, acontece a miscigenação, um fator que possibilita diminuir a discriminação racial. “Essa miscigenação seria o núcleo da nossa identidade nacional”, disse.

Outro autor citado na apresentação foi Sérgio Buarque de Holanda, com o livro “Raízes do Brasil” (1936). Na obra, o autor constrói o perfil do homem cordial, que se utiliza de amizades para dar um ‘jeitinho’ nas coisas. “Neste caso, o homem mistura a esfera pública com a privada, impossibilitando a impessoalidade da Lei”, explicou a professora. De acordo com ela, este costume provoca o surgimento da corrupção. “Daí surge o brasileiro corrupto, pois a corrupção nasce das mínimas práticas cotidianas”.