MELHORES REDAÇÕES DE ALUNOS

Pedro Duarte
Criar - redação nota máxima da UFU

"Homo irracionais"

Tudo começou no Extremo Oriente. A presença contínua norteamericana nas proximidades da Península Coreana fomentou uma aliança sino-árabica inédita no contexto geopolítico mundial. A Coreia do Norte, respaldada pela China, firmou um acordo de mútua proteção militar com os países do eixo Ásia Central - Oriente Médio, englobando, desde o Paquistão até o Iraque, países em uma luta contra o Ocidente. Em uma ofensiva cibernética orquestrada por indianos no território paquistanês, a Coreia do Norte conseguiu destravar os códigos de acesso a uma superbactéria presente nos Laboratórios estadunidenses. Era o começo do fim.

Eu assistia ao noticiário pela manhã de dentro de um estaleiro oceânico no Litoral brasileiro quando a manchete soou. O atentado às "Torres Gêmeas", em 2001, parecia "historinha de criança" perto daquele cenário. Meus amigos que trabalhavam nas plataformas petrolíferas nos arredores da região mal podiam crer no que viam. Meus próprios sentidos se contorceram como quando se desperta daqueles sonhos ruins. Parecia um filme, uma ficção fajuta daquelas histórias apocalípticas que possuem um "herói sobrevivente".

O presidente Donald Trump fez um pronunciamento de dentro do seu "bunker" quando estávamos prestes a almoçar. Vendo que aquela arma biológica era incontrolável tal qual o "Cavalo de Troia" posto dentro da própria cidade, o chefe de Estado, mais extremado do que nunca, comandou o uso da mais poderosa artilharia nuclear à qual tinha direito. No entanto, no trajeto das ogivas por sobre o Mar Vermelho, os escudos antimísseis israelenses, tomados pelos membros do Estado Islâmico, barraram-nas. O continente americano, isolado com a bactéria, uma vez que essa não conseguia adentrar o oceano, viu-se com em um tubo de ensaio de epidemiologistas orientais.

Com a notícia de que ampolas da bactéria só foram abertas no continente, eu e meus companheiros pudemos ter um momento de tranquilidade, mesmo estando apreensivos. Em alto-mar parecia que estávamos relativamente em segurança. Abandonamos nossos postos em direção a um navio próximo, que nos levava diariamente da praia até as plataformas ancorado há poucas horas. A intenção era reunir todos os suprimentos disponíveis e navegar rumo à costa ocidental da África do Sul, a fim de pedir asilo político. No entanto, ao nos aproximarmos da corrente de Benguela, que naquele momento apresentava comportamento anormal, fomos redirecionados e volta ao Litoral brasileiro, na região setentrional. Contornamos, em sentido norte-sul, a orla do país dentro da Amazônia Azul, mas nos frustramos em encontrar sinais de sobreviventes.

Partimos novamente à África, esperando navegar em águas mais tranquilas. Depois de quinze dias, ancoramos no país, ou que fora, um dia. Durante essas duas semanas no Atlântico, todas as formas pelas quais poderíamos nos comunicar com o continente foram cortadas. Os satélites americanos entraram em modo ultrassecreto. Quando descemos no porto africano, já estranhando a ausência de uma barreira sanitária, não havia mais nada ali. Indo em direção ao estreito de Bering (preenchido por linhas de transporte russas), a bactéria penetrou na própria Ásia-atacando até mesmo a coalisão central - e, de lá, contornou o canal de Suez até a África Meridional. Rebramo-nos ilhados para o oceano novamente. Retornam à minha memória histórias da Arca de Noé, mas agora em um dilúvio eterno sem o arco-íris que prenuncia o fim.