MELHORES REDAÇÕES DE ALUNOS

Theófilo Miguel de Aquino
Criar Ribeirão Preto

...com vocês, o novo!

Sábio é aquele que se contenta com o espetáculo do mundo. Como sábio, o meu amor me chamou e fomos nós ver a banda passar; passaram beatos, hippies, socialistas, anarquistas, punhos, yuppies e sucessivamente, cantando coisas de amor e ódio, revolta e resignação. Qual espetáculo não houve! Mas, de repente, não mais que de repente, do riso fez-se o pranto, do beijo fez-se espuma e do amigo fez-se estranho. O sonho terminava ali. A derrocada das utopias.

Sábios ainda, vemos o passado e concluímos que nem tudo foi prejudicial em tal fim. Apregoava-se o aniquilamento da luta de classes ou a entrada na era do aquarius, sempre em busca de uma igualdade universal, entretanto era um erro. Historicamente, as massas são instrumentos manipuláveis, nunca houve revolução popular ou sociedade uniforme. Ainda bem, pois são as diversidades individuais, como gostos e anseios, que contemplam a beleza do homem. Mais mal que bem fariam as utopias concretizadas.

Menos sábios um pouco, começam a nos incomodar certos ataques. Com a suposta destruição das vanguardas, afloram o ranso e a culpa nas gerações passadas, as quais convergem contra os mais novos. Inúmeras vezes já ouvi de professores dizeres tais como: "vocês são apáticos, não lutam por seus direitos." Não lutamos por direitos que os mais velhos consideram. Policarpos Quaresmas frustrados, eles nos interpelam como se fôssemos nós os responsáveis pelos insucessos de seus desejos. Mas não desejam se renovar.

Deixamos por fim a sapiência ao lado, vamos interferir no processo. Nós, a juventude pós-muro, também temos as nossas utopias, em nada menos importantes que as de outrora. Eterna juventude não é um sonho incabível? É salutar o nosso descompromisso social? Errado. Somo psicologicamente conscientes e fomentamos ONGs de apoio humanitário como nunca antes. Buscamos são alternativas ao evidente fracasso do último século. A cegueira branca marca o fim de uma era e não permite ver o nascimento de outra.

Afinal, o relógio incessante marcha enquanto o show transcorre. Se ávida é uma ópera, os atores precisam se registrar aos novos tempos. Utopias desacertadas se foram, contudo seus teóricos renitentes desprezam o florescer de novas ânsias. A banda foi-se e eles não se deram conta. Foi bonito o espetáculo? Sim, porém já foi. O comboio de corda já gira novamente, um mundo inédito a se abrir. Respeitável público...