MELHORES REDAÇÕES DE ALUNOS

Samuel Carvalho Silva
Criar Ribeirão Preto

Gaia com orégano

O Brasil é um gigante em sua própria natureza tabajara; venceu um passado colonial e galgou as escadas da acrópole grega rumo à democracia. Todavia, tanto impulso para uma suposta liberdade traz consigo males sociais decorrentes da coletividade: comissão, conformismo e pessimismo.

A omissão vence invicta as eleições municipais da política. Weber disse que a sociedade é um organismo social, uma gaia civilizada. Ademais, na polis grega o exercício da vida política era uma atividade da intelectualidade, do cérebro. Já os "cidadãos mudos" - idiotas - alienavam-se no morro da omissão. Sartre disse que esta é uma escolha lícita. Desse modo, a democracia dá o poder de escolha a cada cidadão; dá o intelecto e o morro. Por seu turno, a gaia grega torna-se disforme: cabeça nobre e membros soltos.

O conformismo vence invicto as eleições da política: "Pior do que está não fica". Destarte a importância pública, tão exaltada pela mídia, dá-se de forma cancerígena: uma metástase que cria pseudo-cidadãos e gangrena órgãos vitais da coletividade pública; gaia na UTI. Raciocinar, dialogar e contestar são ações fadigantes para os tupiniquins brasileiros; o conformismo alivia a dor da intelectualidade. Assim, Fabianos alienados criam fieis filhos mais novos com dogmas religiosos do sertão do pensar: "Governo é governo". Outrora os caras pintadas saíam às ruas e gritavam: "fora Collor!"; hoje dissolveram-se nas tintas do conformismo adulto.

O pessimismo vence invicto as eleições presidenciais da política. Outrossim, generalizações negativos alimentam, via capilares sanguíneas, a vida do Senado e da Câmara; matam a punhaladas a acrópole brasileira. De fato, o Tiririca desviou olhares e tornou-se o mais bem votado bobo da corte verde-amarela. Inofensivo aos grandes nobres marajás do castelo nacional, que não foi projetado Poe Oscar Niemeyer, mas sim pelo clientelismo oligárquico: um câncer cerebral que esgota a esperança de Sinhas Vitórias que almejam o fim do ciclo degradante da seca social.

O Brasil é um gigante internacional que vence a escravidão do subdesenvolvimento; porém é um Estado intelectualmente pobre e com os membros desmotivados. Assim, a falta de interesse pela vida política criam milhões de idiotas que pensam que votar é uma ação banal e sem repercução. Falho engano dos trópicos! Marajás, promotores do clientelismo corrompem as colunas sociais e distribuem desigualdades sociais. O Tiririca é um mero e fútil problema esquecível; já os elitizados coronéis são coloniais. A gaia tabajara definha pelas décadas e pelos séculos com suas doenças tumorais: omissão, conformismo e pessimismo.