A arte de se governar, designada por política desde a Grécia antiga, sempre fora necessária para garantir a ordem pública e defesa da integridade das nações. Desde seu surgimento até os dias atuais, a política é uma atividade que, embora praticada por uma minoria, exige intensa participação dos cidadãos, sobretudo, do público jovem.
A participação da juventude no cenário político já trouxe para a história da humanidade importantes marcos; no Brasil, na década de 60, ocorreu o movimento estudantil em resistência à ditadura militar e defesa da democracia; na França, em 1968, estudantes também manifestaram-se em prol de melhoras na política moralista parisiense; em 1987, no Oriente Médio, jovens palestinos protestaram e atacaram israelenses em meio a um conflito geopolítico de longa data. Embora esses movimentos diferenciavam-se quanto suas causas, a esperança da mudança os unia.
Com a chegada do século XXI, os jovens perderam esse sentimento de luta e crença de que, por meio de intervenções e participação, é possível alcançar melhoras e transformações no quadro político. Isso ocorre, primeiramente, em conseqüência da ascensão da cultura sócio-econômica capitalista na maioria dos países após a Segunda Guerra. Em outras palavras, a juventude, diante de uma sociedade com elevado padrão de consumo e individualismo, passou a importar-se mais com sua vida e perspectiva pessoais, como universidade e mercado de trabalho, do que com ouvir, falar, debater e participar dos acontecimentos políticos.
Além desse falo, a média representa, também, um importante fator que influencia no comportamento do jovem ante a conduta dos políticos e suas medidas; através dos meios de informação e comunicação, como televisão e jornais, a corrupção e relação de interesses existentes nesse ramo tornaram-se cada vez mais explícitos, afastando a vontade do jovem de sonhar com um futuro melhor. Essa realidade gera um ciclo-vicioso: o jovem, desestimulado e desinteressado, afasta-se da política e revela-se um eleitor apático, elegendo políticos não engajados e, consequentemente, agrava a situação político-social da nação.
Desse modo, para se evitar o público jovem e sua atual participação política, duas novas atitudes deveriam de ser acatadas: a primeira, da parte dos políticos, seria criar formas de aproximação, através de meios mais presentes na realidade do jovem, como a internet. A segunda por parte da sociedade, seria estimular os jovens, pela educação e formação, à compreensão de que desde custos de vida até o preço do feijão, são assuntos que dizem respeito à política. Com isso, sua importância expandiria, de forma que o jovem passaria a não somente participar, mas também aceitar a interferência dessa ciência em sua vida.