A análise da história evidencia a criação de instituições representativas de imagens nas sociedades. Um fato marcante foi a instituição da Igreja Católica durante o período medieval, a qual exerce influência até hoje em nossas mentes. Diante desse raciocínio, perguntamos: Quais são os motivos e interesses por trás de instituições estabelecidas como essa?
A Igreja Católica elaborou um discurso ideológico que lhe confere poder sobre as pessoas. Proibindo o acesso às informações e a todo tipo de conhecimento, alegava ter recebido o dom de Deus para definir o certo e o errado. E, ainda mais, foi criada a figura representativa de Deus aqui na terra, o Papa, sendo a justificativa baseada nos versículos do evangelho bíblico: "Tudo, Pedro, que ligardes na terra será ligado no céu". Assim, fixou-se a imagem sagrada e transcendental da Igreja Católica que lhe possibilitou a conquista de grande soma de bens, terras e até mesmo o poder de nomear imperadores.
Outro exemplo interessante a ser citado é a imagem do Patriarcalismo que foi construída na evolução política brasileira. Desde o coronel, rico fazendeiro, da República Velha até o presente, criou-se uma imagem positiva dos políticos. Estes, em troca de votos, concedem favores materiais ao povo: pares de sapatos, óculos, alimentos, etc. Dessa forma, os coronéis mantinham seus candidatos no poder. Embora Getúlio Vargas tenha abolido o coronelismo, adotou outra imagem, "pai dos pobres", a qual foi somada ao retrato político brasileiro. Os resquícios disso ainda perduram no atual governo do Lula com a adoção de medidas assistencialistas, como o programa "Fome zero." Assim, através de uma fachada patriarcal, estabeleceram-se currais eleitorais e a permanência dos políticos no poder.
Finalmente, podemos mencionar a imagem da Capital do país, Brasília. Dentro de um contexto pós Segunda Guerra Mundial, o governo Brasileiro queria transmitir ao país e ao mundo, a representação de um novo país, modernizado, com arquitetura avançada e em acelerado crescimento econômico pela entrada do capital estrangeiro. Contudo, ao desvendarmos a cortina, ideológica, país continuava crescendo em desigualdade social, concentração de renda e fome, até mesmo em cidades satélites da Brasília. Críticos afirmam que atitude do presidente J.K. de afastar o Estado sede das tomadas de decisões, das regiões superpovoadas do litoral foi uma estratégia visando a alienação popular.
Portanto, observamos que instituições constroem imagens alienadoras e conseguem manipular a grande massa populacional. Tudo, à primeira instância, aparece atrativo e benéfico como a certeza da vida eterna "ensina pela Igreja Católica aos servos medievais em recompensa ao sofrimento suportado nessa vida. Porém, basta uma investigação mais crítica e aprofundada da bela imagem exposta e defrontaremos os reais interesses de poder político e econômico de uma elite dominante.