O estetoscópio, a HP e o código penal são símbolos das áreas as quais os jovens mais depositam credibilidade e alimentam-se de sonhos para colherem qualidade de vida e sucesso. Sucesso para si próprios. Para o sociólogo Durkheim, a educação expressa uma doutrina pedagógica que se apóia na concepção do homem e da sociedade. Porém, o jovem, gradativamente, distancia-se do pensamento coletivo graças ao seu pensamento subdesenvolvido - o que faz a educação esfarelar-se em migalhas.
O desinteresse pela docência vem acompanhado pelo não incentivo que ela recebe: os baixos salários e o desprestígio à profissão repelem os alunos do "monstruoso" fato de serem professores. Segundo a pesquisa relatada pela revista Veja, em fevereiro deste ano, a ínfima parte dos alunos que pretendem seguir a carreira do magistério apresentam as piores notas no boletim. Dessa forma, as curvas da qualidade do ensino decaem paralelamente às curvas de desenvolvimento econômico e social do país.
Com isso, tornar a docência uma carreira altamente desejada, por alunos empenhados, exige uma tarefa árdua e dependente da contribuição de "pensamentos desenvolvidos" como o do ex-presidente africano e líder do anti-apartheide, Nelson Mandela: "A educação é a arma mais poderosa que você pode usar para mudar o mundo." Pitágoras, além de nos mostrar sua habilidade na matemática, revelou sua consciência com os problemas sociais: "Educai as crianças para que não seja necessário punir os adultos."
Assim, a ausência de ideais baseados na educação e na coletividade promove um forte entrave ao interesse pelo magistério. É necessário haver uma valorização da carreira no âmbito social e econômico, pois os professores são o coração de uma sociedade e a ausência desses profissionais acarretará uma verdadeira parada cardíaca que levará ao retrocesso do homem. Este terá que, sozinho, (re) aprender a viver e (re) criar o espírito coletivo que move a sociedade.
Portanto, reconhecer a gravidade da situação quando ela chegar ao fundo do abismo não é a solução mais eficaz. A realidade só poderá ser mudada quando o livro e a sala de aula assumirem a mesma importância que o estetoscópio, a HP e o código penal. Para isso, é preciso que os jovens "desenvolvam" seus pensamentos longe da avenida da ignorância na qual ele desfila, hoje, à procura de um "apê" em que haja uma festa legal para curtir o "rebolation."
Enquanto isso, ele, nós, o país e a educação dançamos.