Vestibulandos

Pois bem! Vocês, vestibulandos, concluíram o que poderíamos chamar de primeira etapa na tentativa de realização de um sonho. Obviamente, esse sonho ainda espera esforços complementares para serem traduzidos em realidade. Contudo, a realidade maior de cada um de vocês, independente de resultados finais, já está alterada. Nela, medos se transformaram em enfrentamento. Cansaços se transformaram em respirações energéticas mais profundas. Dúvidas se transformaram em atitudes. Meninos e meninas se transformaram centelhas de esperança e futuro. Um futuro que nasce do presente em suor, gargalhadas e olhos lacrimejantes. Tudo em um só! Assim, não poderia haver futuro mais sólido, pois, está alicerçado nos sentimentos humanos mais intensos e genuínos. Um futuro cujo horizonte se abre além do que olhos podem enxergar, do que almas podem almejar, mas que espíritos livres devem e irão alcançar. Suas mãos tocam aquilo em que confiam. Seus pés se baseiam naquilo em que concebem. Que tipos de vidas vocês concebem com plena confiança? Inspiração e expiração são os alimentos de suas caminhadas. A causa delas são as palavras ditas por seus corações. Já ouviram o que eles lhes falam? Agora já puderam saber o quão fortes são os ventos em seus cabelos, que desarrumam suas aparências mais ajeitadas. Nessa desarrumação providencial, surgem feições renovadas. A renovação que angaria força e vida. Sim, porque a morte não acontece com a falência do corpo, mas com a prostração das possibilidades. Nesse momento, também é justo que se questionem quanto ao lugar em que estarão amanhã. Mas, não há dúvidas quanto a essa resposta. Ela se define pelo que enxergam quando de frente a qualquer espelho. Se o que enxergam são suas próprias faces, estarão em lugares nos quais jamais se perderão, devido ao reconhecimento de seus mais poderosos e confiáveis guias. Desse modo, lidarão com as encruzilhadas de maneira natural, experimentando e reexperimentando sem culpa e com prazer. O prazer de viver! O prazer de se reinventarem. O prazer de perceberem que o nascer pode ser o ponto de partida, mas, quanto ao ponto de chegada, lhes é sugerida reinterpretação como apenas uma pausa para um gole na bebida gelada que os refrescam, enquanto observam os raios do sol iluminarem trilhas empolgantes nas quais poderão correr, tropeçar, levantar, derrapar, pular, desbravar. Desbravem suas mentes. Desnudem suas vontades. Assumam suas direções. Timões, volantes, guidões são apenas instrumentos à serviço de suas mais autênticas intenções.

 segunda-feira, 12 de janeiro de 2015